Superman seja louvado

Coluna Alex Medeiros

por Redação Tribuna do Norte

Entre a leitura das histórias em quadrinhos, da oralidade de Sócrates, dos alfarrábios de Platão e das teorias de Aristóteles, eu sempre preferi as aventuras dos super-heróis. Não que tenha refutado a filosofia, mas tive mais prazer e curiosidade cognitiva quando conheci o Superman.

Já disse que entendo que o filho de Krpton veio à Terra para salvar a humanidade, um ser divinal com pai poderoso como tantos cristos que apareceram em diversos momentos da história das civilizações antigas aqui no planetinha azul com um sol amarelo.

Tenho uma considerável e respeitosa coleção de tudo sobre o homem de aço e acredito piamente na sua existência. Nunca estive em Aparecida do Norte, ou Fátima, ou Juazeiro, ou Santa Cruz, mas sonho fazer romaria para Smallville.

No tempo em que os delírios da esquerda enganaram meu tirocínio juvenil, eu mantinha um anarquismo me posicionando como “stanleenista” entre colegas leninistas ou trotskistas. Stan Lee sempre foi melhor que déspotas russos.

Tive uma namorada que consumiu em um ano uma camiseta com a cara do Che Guevara. Eu tinha uma com a estampa do Superman e que guardei por anos como troféu por ter escapado da alienação ideológica. Dizia que era melhor aguardar a chegada do Clark Kent do que apostar numa revolução.

Superman é como teses do filósofo Félix Guattari. O socialismo parece conto da carochinha. Esperar por super-herói nos leva ao fundo da razão plena (não aquela de Kant), compreendendo que é a nós mesmos que devemos o destino.

Essas coisas que evangélico jamais vai entender e por isso vai esperar zilênios pela salvação. Com Superman é tudo mais pé no chão, como diria o autor Hermann Hesse “indo a pé ou a cavalo, o último passo sozinho hás de dá-lo”.

Lembro que Superman gerou um acalorado debate no Parlamento da Catalunha; dois deputados discutiram por dias sobre o posicionamento ideológico da criação de Jerry Siegel e Joe Shuster. De direita ou esquerda?

chei uma heresia, usar o poderoso nome do herói em vão. Ele está acima das ideologias, é um ser superior, sem os defeitos emocionais da ralé terráquea. De 1967 para cá, sei que ele não é conservador nem tampouco moderninho.

Superman não é um protótipo do machismo, como acusam alguns, apenas por cavalheirismo e defender as mulheres. Também não é um capitalista individualista, só por resolver suas paradas sozinho. Ele é Super e pronto.

Mas eu sou capaz de apostar que o Lex Luthor é de esquerda, disso não tenho dúvida. O careca só pensa em destruição da civilização. Seus atentados sempre envolvem prejuízos em bancos, museus e indústrias dos EUA.

Tudo bem que alguns super-heróis têm lá os seus defeitos e os seus deslizes. Mas o Superman, não. Ele não tem. É invulnerável no corpo, inquestionável em seu poder, inigualável na solidariedade e inviolável no caráter. É um deus onipotente. É o meu pastor e nada nunca me faltou.

Publicado em 22.11.25

Jornalista Alex Medeiros

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