Ensino técnico profissionalizante é porta de entrada para o mercado de trabalho

O ensino técnico cresce 2,4 vezes e recebe investimento de R$ 2,5 bi do governo federal; apesar disso, Brasil ainda está atrás de muitos países da OCDE

Uma das melhores formas para o ingresso de jovens no mercado de trabalho, o ensino técnico profissionalizante, o ETP, está em constante crescimento. Com duração menor que a maioria dos cursos superiores, é uma oportunidade para quem deseja ter contato rápido com a área em que deseja atuar no futuro. Por vezes, até concomitantemente com o ensino médio.

 

Matrículas na educação profissional crescem em 2024

 

Hoje, o Brasil conta com cerca de 2,5 milhões de matrículas em cursos técnicos de nível médio e 2 milhões em cursos tecnológicos. De acordo com o último Censo Escolar, feito em 2024, isso representa um crescimento de 2,4 vezes (um aumento de 140%) em um ano. 

 

A proporção de alunos que cursam o ensino regular junto do ensino técnico também aumentou. De acordo com o Censo, durante o período avaliado, o crescimento foi de 15% para 17,2%. Somente na rede pública o país tem 15,4% dos alunos de ensino médio matriculados em cursos vocacionais de educação profissional e tecnológica.

 

Ensino técnico é importante para o prosseguimento dos estudos

 

Outro número importante demonstrado pelo Censo é o de ingresso de jovens no ensino superior imediatamente após o término do ensino básico. Entre quem cursa EPT, 44% dos alunos entram na faculdade logo que terminam o ensino médio. Já entre quem cursou somente o regular, a taxa de ingresso é de 26,44%.

 

Logo, o EPT cumpre um papel fundamental no futuro dos jovens. Além da inserção mais rápida no mercado de trabalho, ainda aumenta as chances deste ingresso, quando comparado com alguém que está cursando apenas o ensino médio regular. O profissional formado no ensino técnico tem uma remuneração até 32% maior que o aluno do regular, segundo o Insper.

 

Estados absorvem maior parte da formação técnica

 

A rede pública estadual tem grande importância para a educação profissional. Quase 75% das matrículas na rede são feitas nos estados, 20% ficam com a rede federal e somente 4% nas redes municipais. O Piauí é um estado-modelo: metade dos alunos que cursam o ensino regular também está matriculada em algum curso técnico.

 

Contudo, as metas traçadas pelo Plano Nacional de Educação não foram cumpridas. As mais de 2 milhões de matrículas são apenas metade do que foi estipulado há dez anos, quando o plano foi criado. 

 

Entre as metas, estavam a obtenção de 4,8 milhões de matrículas e a oferta de, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. 

 

Governo investe R$ 2,5 bilhões em 102 novos campi de IFs

 

Para tanto, o governo federal está fazendo a implantação de 102 novos campi de Institutos Federais (IFs) de Educação, Ciência e Tecnologia. O investimento de R$ 2,5 bilhões tem o intuito de criar 140 mil novas vagas de curso técnico para estudantes do ensino médio. Outros R$ 1,4 bilhão foram direcionados para serem aplicados em melhorias de campi existentes.

 

Uma vez que as redes estaduais são as que mais absorvem os alunos dos EPT, o governo investiu mais de R$ 140 milhões para a criação de 60 mil vagas em cursos técnicos de nível médio, na modalidade de tempo integral.

 

Outro programa federal foi a implantação do Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), que possibilita que os governos estaduais transformem parte dos juros de suas dívidas com a União em matrículas de educação profissional técnica de nível médio. O plano será posto em prática a partir de 2026.

 

Brasil ainda está atrás de países da OCDE em termos de formação

 

O fortalecimento do ensino técnico também passa pelo fortalecimento do ensino médio. A reforma do ensino médio não foi capaz de aumentar a adesão dos alunos ao ensino profissionalizante, por meio dos itinerários formativos. Porém programas como o Pé-de-Meia têm servido como incentivo para que os alunos ao menos se matriculem no ensino regular.  

 

O Brasil ainda fica atrás de países da OCDE em termos de proporção de alunos matriculados em EPT. Levando em conta um estudo de 2023 feito pela organização, eram 14% dos alunos de ensino médio matriculados em ensino técnico, contra cerca de 30% em países como Chile, Colômbia e México. Na China, o número salta para 40%.

 

Ensino profissionalizante significa empregos mais qualificados

 

Assim, é fundamental que se invista cada vez mais no ensino técnico como ferramenta para criação de mão de obra capacitada, para que o mercado de trabalho nacional eleve sua produtividade e sua competitividade a níveis internacionais. Transformar o EPT em um caminho para uma carreira e para o acesso ao ensino superior é fundamental.

 

Logo, o estudante interessado em um ingresso rápido no mercado de trabalho pode se ver beneficiado com a escolha correta do curso. Uma opção que emprega bastante, por exemplo, é o curso técnico de segurança do trabalho. Afinal, é uma demanda legal de praticamente todas as empresas terem um profissional desta área.

 

O ingresso rápido no mercado de trabalho é um incentivo tanto financeiro como profissional para muitos jovens. E, quanto antes optarem pelo curso técnico, melhor.

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