Wilson Bezerra de Moura – SITIO LAGOA CERCADA

O plano foi frustrado, dizia Lauro da Escóssia ao se reportar em 1981, em seus assentamentos no jornal O Mossoroense, sobre o passado do banditismo no sertão, os bandido cangaceiro Massilon Benevides ao tempo em que este dominava o sertão nordestino. Preso e recolhido a um dos porões da cadeia pública de Mossoró, juntamente com os presos Valdemar Ramos e Tomaz Lopes dos Santos, resolveram por em prática o plano de fugir, matando o carcereiro, roubar a arma ali existente e se debandarem.

A ideia não prosperou isto porque foi descoberto e tomadas as providencias para evitar a evidencia do fato. Por determinação superior de o Comando Militar os presos liderados pelo cangaceiro Massilon, foram recambiados para a capital. Só que no percurso na localidade Sitio da Lagoa Cercada, na região do Rio do Carmo, simularam uma revolta, pretexto suficiente para mata-los. Os corpos foram enterrados em covas rasas o suficiente para as aves se banquetearem com os corpos cujo acontecimento segundo registro do mesmo Lauro da Escóssia, se deu no dia 13 de maio de 1928. A noticia do acontecimento ocorreu em menos de vinte e quatro horas, toda Mossoró tomou conhecimento do macabro sinistro trazido por moradores do Sitio Lagoa Cercada.

Somente no ano de 1930, O jornal Correio do Povo reativou o caso por não se conformar com a intimação do delegado especial Abílio Cavalcante, quando este  procedeu a acareação com o capitão Joaquim Moura, sobre a situação do fuzilamento, vários fatos ocorreram em virtude do pedido do Ministério Público da Comarca, em proceder a novo inquérito, onde foi comentado um entendimento da polícia com o ex-presidente no Estado, Juvenal  Lamartine.

O andamento do processo investigatório foi conciso em concluir que tudo aconteceu como fruto de autorização da autoridade superior, até porque existia determinação em extinguir todo e qualquer cangaceiro. A Revolução de 1930, segundo consta, foi uma época que marcou como responsável por muitas denúncias envolvendo uma linha de extermínio que se acentuou em defesa da segurança da sociedade, pondo fim ao cangaço e outros crimes hediondos.

 

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