Wilson Bezerra de Moura – MEU PEQUENO MUNDO ACABOU

Tenho certeza que algo de novo está se passando em torno de minha vida, as coisas estão acontecendo e me trazendo surpresa e transformação com requinte de vergonha e sentimento ruim por tudo que vem ocorrendo principalmente com a alteração da personalidade do ser humano. O meu tempo era aquele onde havia a família bem organizada. O pai saia pela manhã para trabalhar, antes a mulher fazia seu café depois o servia, logo em seguida os filhos acordavam e a mulher passava a cuidar destes, depois de conversar com eles deixava-os na escola ao retornar as mesma preocupações com o criar, orientando-os cuidadosamente para enfrentar a sociedade, de principio a vizinhança com bom relacionamento e nisso o  filho se preparava para a  grande sociedade normalmente saindo com bom caráter.  A criança quando avistava um padre passando corria para pedir-lhe a benção, como isso era bom e a sociedade se consolidava num ambiente de paz e prosperidade, hoje é bem diferente padre corre com medo de assalto.

Ainda lembro embora quase com recordação que no meu tempo havia respeito e confiança entre as pessoas e as leis eram respeitadas. Havia o direito adquirido, um erro administrativo não vinha ser corrigido em sacrifício do povo, ninguém pagava pela falta cometida por alguém. A Lei não retroagia para prejudicar segundo o documento maior da nação chamado de Constituição também era garantido o direito de sobreviver pelo trabalho. O voto era tido como processo democrático quando este existia e só existe democracia quando predomina as garantias individuais. O representante popular trabalhava e não roubava, depois com a modernidade dos tempos transformou-se numa facção criminosa chamada de Lava-Jato o que mais ainda me desanima, atormenta e faz sentir saudades dos velhos tempos.

A modernidade capitalista abafou tudo quanto era bom, suave e agradável e lançou sobre a sociedade moderna a infelicidade e as bases do terror. Vi, ouvi e senti na pela uma transformação tremenda, o mundo embora pequeno que acalentou e deu forças para viver acabou quando a realidade em que vivo nos dias atuais chegou aos meus olhos.  Tenho medo e insegurança no futuro de um povo onde não existe a liberdade, garantias individuais e segurança em seu destino, quando existe instabilidade de vida, a descrença e desconfiança dominam em nome de uma força coercitiva de um poder dominante, econômico, politico e social.