Wilson Bezerra de Moura – Festival lítero cívico da arcadia
Não só com esplendor, mas com autêntico brilhantismo e sensacionalismo, a edição d’O Mossoroense de abril de 1924, registra um acontecimento marcante na história de Mossoró. O primeiro foi o festival Lítero Cívico da Arcádia Mossoroense.
O segundo, a eleição de diretores da Escola Normal de Mossoró, claro, dois fatos importante por se relacionar com a cultura da cidade e de efetiva significação, por ser a escola no passado, a representação máxima do ensino de formação de educadores.
Para ser professor era preciso ser formado na Escola Normal de Mossoró ou de Natal. De fato, dessas escolas saíram não só excelentes professores como intelectuais de renome nacional.
A intelectualidade mossoroense que fazia parte do Clube da Arcádia Literária fez reunir no inicio do ano de 1924, mês de abril, forte contingente de pessoas para comemorar um ato cívico, a morte do inconfidente José Joaquim da Silva Xavier, considerado na época pelo poder imperial como traidor.
Executado dentro dos modos tiranos ficou na história como mártir da Inconfidência Mineira. A associação Arcádia Litero Cívico, conseguiu sob a presidência do jurista doutor Eufrásio de Oliveira, que em pronunciamento discorreu sobre o significado e importância do ato cívico, tomando por base os dados históricos nacional, discorrer brilhantemente sobre esse acontecimento.
A um auditório repleto de interessados no momento histórico, o intelectual Quintela Junior dissertou sobre o tema “Saudade” que era a recapitulação de fatos relacionados com os momentos da Inconfidência Mineira, um dos mais nobres instantes da historia brasileira.
O acontecimento envolveu os poetas Isabelita de Souza, Marçal Pereira, Trezieme Rosado, Maria Silvia e alunos do colégio Santa Luzia, entre outros, Giusepe de Albuquerque e Pedro Borges, os quais foram satisfatoriamente aplaudidos pela assistente plateia. Coroado o encontro com a semana que homenageia monsenhor Manuel Barreto por sua brilhante atuação religioso, intelectual e educacional.
A mesma edição noticiosa registrou a eleição para dirigentes da Associação de Normalistas, Escola Normal de Mossoró, onde conquistaram votos, presidente Joel Carvalho, vice Sebastião Marques, primeira secretária Maria Augusta, segunda secretária Hilda Lopes, tesoureira Seiza Rosado, adjunto Marçal Pereira, oradora Ozelita Cascudo, vice Raimundo Vanderlei, bibliotecário Francisquinho Freitas, adjunto Maria Luiza.
Ainda foram eleitos para a Revista ABC, no cargo de secretário Lauro da Escóssia, para redação Ester Silva, Lucilo Vanderlei, Isabelina, Maria Pinto, e Mirabeau Andrade.
A Associação de Normalistas fez parte dignificante da história educacional e intelectual de Mossoró, congregando aqueles que não só fizeram parte da escola, mais dedicavam especial interesse pelo movimento intelectual da cidade.
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