Wilson Bezerra de Moura – DOM ELIZEU SIMÕES MENDES

Desde a fundação da Diocese de Santa Luzia de Mossoró em 1934 iniciando com dom Jaime de Barros Câmara até hoje com Dom Mariano Manzana, muitos acontecimentos políticos e sociais, em especial ocorreram onde por sua contingência foi necessária a participação  do clero, para manifestar não só sua opinião, mais participar da solução a que cada problema se distinguia no contexto da sociedade.

A palavra do bispo era indispensável ouvi-la, saber o que o clero tinha a dizer sobre determinada situação que de certo atingia a sociedade. Dom Elizeu Simões Mendes foi um deste sacerdote que regeu no período de 1955 a 1960, numa época em que na região aconteceram achaques ligados à invasão de terras, foi o tempo dos grileiros e que muita preocupação teve a coletividade com esses conflitos. A interferência da Igreja nas discussões e conclusão dos impasses foi de importância capital. Diante da invasão e posse arbitrária de terra a imprensa Mossoroense procurou o bispo da cidade, Dom Elizeu, para justamente informar a opinião da Igreja frente tamanho problema para a sociedade.

De principio Dom Elizeu discorreu sobre o fato de um Padre no Paraná de nome Luiz de Paoli que desenvolvia várias obras sociais em favor dos mais humildes, ser proprietário de alguns hectares de terra cuja renda se destinava a manutenção dessas obras. Além do mais o sacerdote Paoli era homem de prestigio na região onde atuava, gerando em consequência ciumeira, especialmente em pessoas influentes na politica nada mais comum numa sociedade elitista como a que vivemos nos dias atuais.

Dom Elizeu Mendes durante todo seu mandato bispal, sempre comedidos em suas decisões e para num caso delicado como o da grilagem de terras, limitou-se a dizer que a Igreja nada tinha de decisão para o momento, até que o caso fosse analisado e estudado para não trazer constrangimento à coletividade. Dom Elizeu Mendes, de Mossoró foi morar na Diocese de Campo Morão, no Paraná, tempos depois volta a Mossoró para visitar os amigos aqui deixados.