Wilson Bezerra de Moura – A FOLIA MOMESCA EM DÉCADA 30

Idos da década de 30 despontava nova chamada aos festejos carnavalescos, é que há esse tempo o Clube Ipiranga já estava em nova sede e que aumentara o interesse e entusiasmo pela folia momesca. O salão do Ipiranga à Rua Mário Negócio reacendeu os ânimos dos foliões favorecendo a organização de blocos, Princesa de Bagdá, Bem-te-vi, Malandros da Folia, Camisas Pretas, aquele bloco que dominou a passarela do Rei Momo em 1930-1933. Destacadas figuras da sociedade, os irmãos Cantídio, José Maria, Luiz Caldas e William, considerados vanguardeiros, faziam parte dessa rapaziada Maria Lucia, na baliza composta por Lauro Filho, Danilo, Guido Leite, Aloisio Paula.

Quase findava a temporada, segundo relato do Jornalista escritor Lauro da Escóssia, em seu Mossoró no Passado, quando um desentendimento surgiu entre as equipes do tríduo festivo, provocando forte tumulto durante o domingo de carnaval, mas felizmente a turma do deixa deixa disso controlou os ânimos e prosseguiu a festa animadora. O palco cenário do tumulto foi o salão do Clube Ipiranga que por mais de uma vez conseguiu a apaziguar os ânimos dos foliões.

Durante tempos a Praça da Redenção foi cenário festivo carnavalesco, porem com o passar do tempo a preferencia foi aumentando chegando a não abrigar os foliões participantes e o público, sendo necessário transferir para outro local  e o ideal foi a Praça Rodolfo Fernandes para a festa do povo, que predominou por longos anos, depois  às  noites indo para os Clubes da cidade. Então a Praça Rodolfo Fernandes foi ponto festivo, ponto de concentração e importante local, o hoteleiro naquele período Antônio Costa Filho, (Costinha), conhecido da historia Mossoroense, intitulado o Bar Antártica naquele logradouro, vindo a sustentar a concentração de blocos participantes, inclusive como ponto de concentração do corso de veículos participantes.

O cidadão Costinha foi um empreendedor ao ponto de organizar um Jaz Antártica, promovendo bailes, criando inclusive um sistema de credito em seu estabelecimento para justamente estimular a participação dos foliões. Vendia máscara, lanças perfumes, serpentinas, confetes, até bebida em sistema de crédito que estimulasse a participação popular de quem tinha ou não no momento o dinheiro para financiar a festa.