Wilson Bezerra – Benício Gago

Wilson Bezerra – Benício Gago

Lembrar-se de um passado de pouco mais de 84 anos, meados de 1930, quando Mossoró era pequenininha, quando começara a pensar em viver, é para nós motivo de incontido orgulho até porque eram tempos que dominava uma vida pacífica, ordeira, continha entre as pessoas maior sentimento de paz e amor entre os membros da mesma sociedade. Nada ou quase nada existia de maldade, perdurava o lado benigno entre os membros da mesma coletividade, o espirito de aventura traduzia um sentimento fraterno e amigo.

Foi uma época na qual dominava vultos populares para agradar a todos e foi quando Benício Gago preparou as poucas e boas que alegrava a todos. Por todos os dias carregava água em seu jumentinho para abastecer as residências na cidade quando na época era escassa na população.

Por todo o dia carregava sua água e na medida em que trabalhava ia alegrando a população com suas piadas.  A água era trazida a do Rio Mossoró que naquele tempo não era poluída pela indústria ou mesmo a maldade do povo em ver destruída a natureza. Diferente de hoje quando os rios, florestas sofrem as consequências maléficas do ser humano.

Na década de 1930 Mossoró não ouvia sequer falar em poços jorrante ou mesmo agua mineral nas torneiras que quase não existia, mais sim predominavam pote, a cisterna e a cuia para tirar a água. Diante de tantas dificuldades existiam os tipo populares para alegrar a todo e faze-los esquecer das dificuldades.

Benício Gago apesar de levar esse nome, não era tão gago como seus irmãos Pedro Joaquim e Manuel Gago. Sua gaguice era menos, mais o que mais despertava a atenção pública era sua ação popular.

Foi Benício Gago que enfrentou o prefeito Padre Mota, para fazê-lo soltar seu jumento que havia sido preso por ordem do Prefeito por está pastando no jardim da cidade.

Segundo relato de Lauro da Escóssia, publicado no jornal O Mossoroense de abril de 1980, Benicio Gago subiu os degraus da Prefeitura chegando à presença do Padre Mota dizendo.

“È padre Mota

É gordo, é buchudo,

Quero meu jumento

“Com cangalha e tudo.”

De imediato o Padre Mota riu e mandou soltar o seu jumento e por ai se foi pelas Ruas Benicio Gago cantarolando sua popularidade.

 

Wilson Bezerra – [email protected]