Aspectos históricos sobre Mossoró

Claro que devemos registrar até como forma de rever a história, aspectos relacionados com uma comunidade. É história e os fatos são determinantes para a vida de uma sociedade.

O Jornalista Lauro da Escóssia, de saudosa memória, no seu livro intitulado Cronologia Mossoroense, teve o cuidado de identificar importantes fatos da nossa história.

Os fatos são partículas históricas que revelam a participação de alguém na formação dos acontecimentos. A data testemunha quando se deu tal ocorrência, que é o que nos interessa.

O povoado de Mossoró, em especial a capela da padroeira Santa Luzia, foi palco de briga armada entre dois grupos antagônicos. O primeiro grupo beligerante capitaneado pelo Padre Francisco Logino Guilherme de Melo, e o outro pela família Burtargos, inimigos do padre.

A Praça da Capela tornou-se pleno povoado, numa noite de ostentação bélica, bacamartes brilhando com rajadas de fogo por toda noite. O povo assistiu pasmo forte tiroteio no ano de 1839, data acentuada da briga dessas duas famílias.

São acontecimentos que configuram aspectos importantes na sociedade mossoroense. Já pelo ano de 1915 se deu por inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro de Mossoró, entre esta cidade e Porto Franco, hoje município de Grossos deste Estado.

A primeira composição foi recepcionada sob as bênçãos da padroeira e a manifestação de regozijo das autoridades locais, Câmara Municipal, Intendente Municipal, através do presidente Cunha da Mota, Guarda Nacional, colegiais e grupo escolar 30 de Setembro.

Foi sem dúvida um acontecimento marcante em nossa história por ser o primeiro passo de um desenvolvimento que traria melhorias para todos, um caminhar para mais tarde ligar esta cidade a outros estados como foi o caso da Estrada de Ferro Mossoró-Souza na Paraíba, contribuindo para o grande fluxo do transporte ferroviários deste os outros estados do País.

O destaque principal que teve os aplausos do público à chegada da Estação Ferroviária, onde hoje é a Estação das Artes Elizeu Ventania, nas pessoas de João Tomé de Saboia, Coronel Vicente Saboia, sócio da concessionária, farmacêutico Jerônimo Rosado, Camilo Figueiredo, Rodolfo Fernandes, Coronel Vicente Saboia Filho, Coronel Bento Praxedes, engenheiros construtores, Politico Cunha da Mota, entre outros entusiastas da cidade, viajavam na plataforma da composição. O mais velho habitante da cidade Quintino Fraga conduziu o Pavilhão Nacional.

Nessa mesma ocasião circulou uma “Poliantéa”, sobre a estrada de ferro de Mossoró, um trabalho do atelier Escóssia, com artigos alusivos do juiz Felipe Guerra, Padre Almeida Barreto, Raul Caldas com a participação do chefe político Cunha da Mota, entre outros  entusiastas da cidade, segundo noticia veiculada na edição de O Mossoroense, março de 1980, se reportando ao grande  feito de  1915.