Voto pelo impeachment por razões de ordem legal, diz Agripino durante sessão que analisa afastamento de Dilma

Durante a sessão, nesta terça-feira (9), que analisa o prosseguimento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente nacional do Democratas, José Agripino (RN), rechaçou argumentos de que “se trata de um golpe” e disse que votará pelo afastamento por funções de ordem legal. “Golpe é quando temos tanques nas ruas, aviões voando. O que temos aqui é a constituição brasileira sendo seguida à risca”, ressaltou. “Vou votar a favor do impeachment em função de ordem legal e também pelo respeito que tenho pelo sentimento das vozes das ruas do Brasil”, acrescentou.

Em relação às alegações do PT de que o pedido de afastamento não foi discutido à exaustão, Agripino lembrou que foram nove meses e meio de análise, “até roteiro foi feito para que nada saísse da legalidade, tudo foi seguido à risca pelo que prevê a Constituição Federal”. “Muitas dúvidas regimentais surgiram. Algumas foram parar no Supremo Tribunal Federal, que de pronto se manifestou”, lembrou.

O parlamentar pelo Rio Grande do Norte disse ainda que, ao contrário do que alegam os aliados de Dilma Rousseff, o Senado não “celebra” um momento político delicado como esse. “Pedido de impeachment é uma coisa muito séria. Esse é um dos momentos mais graves que estou presenciando em toda minha vida parlamentar. Estamos decidindo o mandato de uma presidente da República que foi eleita, sim, mas que também cometeu delitos, sim”, explicou.

Agripino pediu cautela aos parlamentares em suas afirmações de golpe para que declarações como essas não tragam consequências negativas para o Brasil no cenário internacional. “Temos que agir com moderação para que o Brasil não perca seu status de país democrático, para que continue sendo visto como um país que preza pela democracia”, destacou. Ainda de acordo com o presidente do DEM, não há dúvidas de que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade e que descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal.

“A presidente afastada baixou decreto de suplementação sem pedir autorização para o Congresso. É como se o Congresso não existisse, como se a lei não existisse para ser cumprida”, criticou o parlamentar potiguar. “Foi por causa de ações como essa e de outras, como o descumprimento evidente da Lei de Responsabilidade Fiscal, que levaram o país ao caos econômico que está vivendo”, continuou. “O Brasil está parado esperando  mudanças”, concluiu.