Voto obrigatório pode estar condenado a desaparecer

 

Em entrevista ao jornal espanhol El País, Márcia Cavallari, CEO do Ibope, explica como o alto índice de desinteressados pela corrida eleitoral contribuiu para os resultados obtidos nas urnas.

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Metade dos eleitores de SP e do RJ, estavam assumidamente desinteressados das eleições municipais o que chamou a atenção da CEO do Ibope Inteligência. Para a pesquisadora, o brasileiro está desiludido e, nesse cenário, ganhou quem convenceu ser pragmático.

Sobre os diferentes resultados nas pesquisas, acredita que o eleitor está mudando de ideia cada vez mais rápido e em cima da hora de votar e, por isso, os levantamentos não estão conseguindo acompanhar o ritmo da volatilidade eleitoral.

Os candidatos utilizaram um discurso simpático, um discurso de gestor, num momento em que as pessoas estão desiludidas: “olha, não falta dinheiro, falta gestão”. O eleitor é prático e vota em quem eles enxergam condições de resolver problemas da vida dele.

Cavalarri afirma a necessidade de rever e aprimorar os métodos de pesquisa, por conta da influência da internet e das redes sociais. Acredita que as pesquisas não modifiquem o voto do eleitor, tanto é que elas são modificadas durante o processo eleitoral. Defende que a pesquisa não tem o papel de adivinhar o resultado de uma eleição. A expectativa existe, mas ela não tem esse papel. O que a pesquisa “mede é a opinião das pessoas, que elas mudam quando quiserem”.