Violência preocupa mais os brasileiros que a corrupção

Em recente pesquisa no Brasil o Instituto Ipsos  pediu aos entrevistados que listassem suas três principais preocupações no momento. 47% responderam que a violência era o principal problema – seguido da qualidade do atendimento de saúde (46%) e o desemprego (39%).

A corrupção, que no auge da Operação Lava Jato  chegou a figurar como a principal preocupação dos brasileiros em 2016, perdeu relevância relativa sendo citada por 38% dos entrevistados, ocupando o 4º lugar.

Outra curiosidade: o Brasil é o país mais preocupado do mundo com a educação. Nada menos que 36% dos brasileiros citaram o tema entre suas preocupações.

Segundo Calliari, o Brasil está sempre no topo da lista dos países que mais se preocupam com a educação – mas, ao contrário do que possa parecer, isso não é uma notícia boa. “O que acontece é que o brasileiro não tem acesso à educação mais básica. O que a pesquisa mostra não é uma preocupação com o tema da educação, e sim uma preocupação com o acesso a esse serviço”, diz ele. O mesmo acontece com a saúde, segundo o CEO da Ipsos.

A lista de coisas que realmente preocupam os brasileiros neste momento se encerra com o tema da pobreza e desigualdade social (28%).

Abaixo disso, todas as outras alternativas receberam muitos poucos votos em nosso país: impostos (16%), inflação (10%), ameaças ao meio ambiente (8%), extremismo político e religioso (7%), declínio moral (7%), manutenção dos programas sociais (3%), terrorismo (2%), controle da imigração (2%), mudança climática (2%), acesso ao crédito (2%) e obesidade na infância (1%).

Segundo Calliari, isso mostra uma outra peculiaridade do caso brasileiro: por aqui, a maioria das respostas está concentrada em poucas preocupações – e geralmente relacionadas às necessidades mais imediatas: violência, emprego, e acesso a serviços públicos como educação e saúde. Nos demais países, diz ele, há uma dispersão bem maior entre as respostas – ou seja, as diferentes questões recebem um número mais parecido de menções dos entrevistados.

“O que isso mostra é que o brasileiro em geral está tão alarmado com as questões mais prementes, que ele não consegue nem se preocupar com temas mais abstratos, de ordem moral”, diz Calliari.

Fonte: Intituto Ipsos