Vingt-un Rosado: uma vida dedicada ao amor às letras

Agrônomo, professor, político, escritor, um homem multifacetário que deixou importante legado no plano cultural e educacional no município. Assim seria um resumo simplório da vida do saudoso mestre Vingt-un Rosado, o último dos filhos do farmacêutico Jerônimo Rosado. Amanhã, o “feiticeiro das letras”, como era conhecido, completa 10 anos de sua partida.

Um homem simples que pedia dinheiro emprestado para editar livros destinados à doação. Um bravo, inteligente, perspicaz, que deixou um legado de conquistas para o povo mossoroense como a fundação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (Esam) – hoje, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).

Vingt-un Rosado também teve forte participação no movimento de efetivação de bibliotecas públicas, da instalação do Museu Lauro da Escóssia e na criação do curso de Antropologia Cultural. Todavia, sua maior contribuição para a cultura local foi a Coleção Mossoroense, que é ligada à Fundação Vingt-un Rosado.

Sua paixão pelas letras começou cedo, aos 20 anos, quando ele escreveu sua primeira obra intitulada “Mossoró”, que conta a história do município. Porém, apesar do amor declarado aos livros, Vingt-un Rosado decidiu estudar agronomia, em Lavras, Minas Gerais. Foi em terras mineiras que ele conheceu sua esposa, a socióloga América.

Na política, Vingt-un teve pouca participação. Foi vereador em 1972 e candidato a prefeito em 1968. Neste pleito ele foi derrotado por Antônio Rodrigues de Carvalho por 98 votos de diferença.

Ele influenciou nos primeiros estudos sobre a existência de petróleo na região e durante as comemorações dos 25 anos de instalação da Petrobras na bacia potiguar foi o único homenageado pela estatal que não fazia parte do seu quadro de funcionários.

Em 1948, criou a Coleção Mossoroense, editora que publicou mais de quatro mil títulos de diferentes autores, tornando-se recordista de títulos publicados no país. Em 2003, a Coleção chegou a editar mais de quatrocentas obras em um ano.

Vingt-un Rosado deixa importante legado para a cultura potiguar

O professor Jerônimo Vingt-un Rosado Maia nasceu em 25 de setembro de 1920. Era o filho mais novo de Jerônimo Rosado, um farmacêutico que a partir da sexta criança começou a batizar a sua numerosa prole com números, inicialmente em português e depois em francês. A partir do décimo quinto, todos os homens foram chamados de Jerônimo seguido do número correspondente, até Vingt-un.

Por sua importante atuação na área cultural de Mossoró, Vingt-un Rosado foi homenageado por um grupo de intelectuais mossoroenses com a criação de uma fundação que leva o seu nome. A entidade foi criada em abril de 1995.

Por muitos anos, a Fundação Vingt-un Rosado foi importante instrumento de pesquisa para historiadores e estudiosos de diferentes regiões sobre o semiárido nordestino.

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