Venezuela condena possível refúgio a desertores pelo governo brasileiro

Na última semana do ano, Brasil e Venezuela vivem novas tensões diplomáticas. De acordo com órgãos oficiais venezuelanos, o governo brasileiro estaria protegendo cinco militares desertores envolvidos na tentativa de toma de uma base militar próxima à fronteira com o Brasil.

Entenda o caso

No dia 27 de dezembro, os ministérios brasileiros de Relações Exteriores e Defesa publicaram um comunicado anunciando que cinco militares venezuelanos haviam sido encontrados no território indígena São Marcos, estado de Roraima, e que eles seriam encaminhados para entrevistas em Boa Vista.

Em seguida, a chancelaria venezuelana emitiu outro comunicado afirmando que se tratavam de militares desertores do exército venezuelano, que haviam protagonizado uma tentativa de toma de uma base militar no estado fronteiriço Bolívar. O comunicado também afirmava que os trâmites diplomáticos para pedir a extradição desses cidadãos já haviam sido iniciados.

Esses militares participaram do assalto de 120 fuzis AK103 e nove lança-foguetes RPG, do 512 Batalhão Mariano Montilla da Guarda Nacional Bolivrariana (GNB), no setor Luepa, município Gran Sabana, a 200km de Pacaraima, na fronteira com Brasil.

Depois do primeiro confronto, o grupo teria fugido para Santa Elena de Uairén, no lado venezuelano da fronteira e roubado mais nove pistolas e cinco escopetas de um posto policial em San Francisco de Yuruaní.

Enquanto tentavam cruzar a fronteira venezuelana-brasileira pelas chamadas trochas – rotas ilegais – oficiais da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) conseguiram capturar parte do grupo, recuperando 82 fuzis e seis caixas de munição. No confronto, o cabo Jean Pierre Caraballo Marcano foi morto.

“Desmantelamos o plano ‘Natal sangrento’ do grupo de Guaidó, no qual encontramos participação dos governo da Colômbia, Peru e Brasil”, denunciou o vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo Jorge Rodríguez, no dia 23 de dezembro, três dias antes do comunicado do Itamaraty.

 

Brasil de Fato