Vaza áudio de Michel Temer falando como se impeachment tivesse sido aprovado

Em áudio divulgado na tarde de hoje (11), o vice-presidente Michel Temer discursa e fala como se Câmara já tivesse aprovado o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. No início da gravação, Temer afirma se dirigir ao povo brasileiro para falar sobre temas que devem ser “enfrentados” por ele.

O vice-presidente destaca que deve ter “muita cautela” porque há um mês se recolheu para não “aparentar” que estaria trabalhando para ocupar o lugar da presidenta Dilma.

Depois das primeiras repercussões da mensagem nas redes sociais, a assessoria de imprensa do vice-presidente informou que o áudio foi enviado por engano a um grupo de deputados do partido. Segundo a assessoria, tratava-se de um treinamento de Temer, que deveria ter sido enviado apenas para uma pessoa, e não para diversos membros do PMDB, partido do qual é presidente nacional licenciado.

O comunicado, supostamente, estava preparado para divulgação logo após a aceitação do processo de impeachment da presidenta pelo plenário da Câmara. A votação dos deputados está prevista para o fim desta semana, e após isso os senadores devem apreciar a matéria, inicialmente acatando ou não a denúncia, depois julgando o mérito. Caso a primeira votação no Senado dê seguimento ao processo de impeachment, Dilma será afastada para que seja julgada em até 180 dias.

Diz Temer na gravação: “Agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração do processo de impedimento da senhora presidente, muitos me procuraram para que eu desse uma palavra preliminar à nação brasileira. O que eu faço com muita modéstia e muita cautela. Com muita moderação, mas também em face da minha posição de vice-presidente e também de substituto constitucional da senhora presidente da República. E desde logo eu quero afirmar que temos um longo processo pela frente, passando ainda pelo Senado Federal. Então, todas as minhas palavras levarão em conta apenas a decisão da Câmara dos Deputados, portanto minhas palavras são provisórias”.