União Europeia prepara alternativas para lidar com tarifas de Trump em reunião em Bruxelas
tarifas de Trump em reunião em Bruxelas A União Europeia (UE) informou nesta segunda-feira (14) que ainda espera chegar a um acordo com os Estados Unidos depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou o bloco de impor tarifas alfandegárias de 30% a partir de 1º de agosto. No encontro de ministros do Comércio da UE que acontece em Bruxelas, o Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, também afirmou que “a paciência da UE está perto do fim”.
Por RFI
“Estamos negociando, mas, ao mesmo tempo, estamos nos preparando”, garantiu Maros Sefcovic, enfatizando que este é o pensamento comum aos 27 países que integram o bloco.
O Comissário Europeu, que negocia com Washington, confirmou a intenção de continuar as discussões até 1º de agosto, data estabelecida pelo presidente Trump. “Como eu já disse, são necessárias duas mãos para aplaudir e, portanto, a UE também deve se preparar para possíveis retaliações se as negociações fracassarem”, observou.
Caso o acordo não seja firmado, setores essenciais da economia europeia correm o risco de serem afetados. Centenas de milhares de empregos serão colocados em risco caso o bloco e os EUA não cheguem a um consenso.
Os europeus ameaçaram em maio impor tarifas sobre produtos americanos no valor de cerca de € 100 bilhões. Em última análise, o valor desta lista poderia ser reduzido para € 72 bilhões.
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Os europeus tentam se manter unidos nesta questão. Este é grande desafio, uma vez que as economias dos países-membro não estejam igualmente expostas às tarifas americanas.
Mudança de tática
Alguns países acreditam que a UE deve mudar a estratégia e mostrar sua força. “Obviamente, pelos fatos ocorridos no sábado, a situação deve provocar uma mudança na nossa abordagem”, afirmou em Bruxelas o ministro do Comércio Exterior francês, Laurent Saint-Martin.
“Há um velho ditado que diz ‘se você quer paz, deve se preparar para a guerra’. Mas queremos o acordo”, declarou o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, cujo país atualmente ocupa a presidência rotativa da União Europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia não irá retaliar, por enquanto, as tarifas americanas sobre aço e alumínio, na esperança de chegar a um acordo com os EUA num inequívoco gesto de boa vontade.
Assim, a UE deverá estender a suspensão das contramedidas às tarifas americanas sobre aço e alumínio até 1º de agosto na esperança de chegar a um acordo com Washington.
“Sempre deixamos muito claro que preferimos uma solução negociada. Isso continua sendo verdade e usaremos o tempo que temos até 1º de agosto”, disse a presidente da UE.
“A Europa tem poder econômico e financeiro para afirmar sua posição”
O presidente da França, Emmanuel Macron, instou a Comissão a “defender os interesses europeus e acelerar a preparação de contramedidas confiáveis”. O chanceler alemão, Friedrich Merz, concordou com o líder francês e acrescentou que conversou Ursula von der Leyen e Donald Trump nos últimos dias. Merz garantiu que é o desejo de todos chegar a uma solução.
Já a chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, alertou para a perspectiva de uma “guerra comercial” no mundo ocidental. “A Europa tem o poder econômico e financeiro para afirmar sua posição e chegar a um acordo justo e sensato. A Itália fará a sua parte”, disse Meloni, que é acusada pela oposião de seu país por falta de firmeza em relação a Washington.
UE busca aliados
A União Europeia busca intensificar seu comércio com outros países que também são alvos de ameaças tarifárias de Trump. A UE tem negociações em andamento com Japão, Canadá e Índia. No domingo (13), um acordo político foi formalizado com a Indonésia para reduzir as barreiras comerciais.
Desde que retornou à presidência dos Estados Unidos em janeiro deste ano, Donald Trump impôs tarifas flutuantes e generalizadas a seus aliados e concorrentes, perturbando os mercados financeiros e alimentando temores de uma desacele