Tudo tem limite, inclusive a tolerância – Wilson Bezerra de Moura

Sempre fomos fraternos, solidários, pacientes com as questões que nos afligem, aceitamos os desafios que nos atormentam, mesmo reconhecendo os limites principalmente dos abusos a que somos submetidos. Entre as incontroversas necessidades a que nos privamos, a educação, sem dúvida, tem sido o principal fator, pois esta, entre todas as civilizações, foi a que mais impôs uma ampla e irrestrita atenção.

Apesar dos primeiros momentos de nossa existência politica terem acontecido quando das invasões precárias, com invasores cruéis, impondo uma dominação violenta e sanguinária, como foi o caso da escravidão, mesmo assim não furtaram o direito de desejarmos nova cultura que viesse a quebrar as correntes da sujeição e de lutarmos pela efetiva e irrestrita liberdade.

Daí por diante vem outra questão que aflige a nação, e esta reclama, exige, a todo momento, que o poder público atente para esse aspecto. A necessidade de cuidar da educação, prestar à sociedade compromisso de aperfeiçoá-la para levar à nação brasileira o espírito de conscientização em razão de que o crescimento e desenvolvimento de qualquer povo surge na medida em que esta toma consciência de seus deveres e direitos, gerenciando-lhe na conformidade de sua capacidade de discernimento de fatos relacionados com sua própria capacidade.

A cultura sempre foi a base fundamental das civilizações em busca do progresso. Por ser uma questão complexa, a cultura tem tido suas dificuldades na implantação dos meios social, politico e econômico, ao ponto de retardar o processo de transformação para que ela própria contribua para o seu crescimento. A nossa é exemplo de trágico retardamento que nos impede acreditar em um mundo promissor. Não é pessimismo, é desilusão em ver distorcido um quadro que, se fosse bem trabalhado, a perspectiva de mundo melhor seria portentosa.

Em busca de melhores condições de vida, dessa forma convivemos aos trancos e barrancos com uma máquina administrativa completamente anarquizada, em que todos os aspectos necessários a uma boa ordem são destratados pela falta de cultura autêntica sobre os princípios de uma boa ordem.

Conservamos uma cultura da paciência que, pela sua descontinuidade no processo social, político e econômico, muito nos afligem. Ficamos impacientes no transcurso desse processo de desenvolvimento incriminado com a irresponsabilidade dos poderes públicos, que, sem duvida, leva cada elemento a não acreditar, inclusive, em seu futuro, temer perder a fé em seu destino.

Se houvesse seriedade na manutenção de uma educação clara, evidente e confiável, não teria em nenhum instante o brasileiro perdido a sua credibilidade como sujeito de identidade própria, que sempre aspirou um futuro ideal.