TOQUE ESPORTIVO: A BOLA MURCHA NO CAMPO DE TERRA

POR SÉRGIO OLIVEIRA

 

A pandemia chegou, a bola no campo de terra batida murchou. O futebol raiz praticado nos bairros e nas comunidades rurais aos finais de semana, levando alegria aos seus moradores e proporcionando atividade aos esforçados atletas amadores que, apesar de todas as dificuldades, sempre estavam prontos para apresentar armas esportivas. O que hoje, por enquanto, não é mais possível. A Covid-19 que tem levado a morte a milhares de seres humanos, também gera enormes prejuízos ao desporto profissional e, principalmente, amador. Podemos citar atletas, jovens ou não, que durante a semana trabalham como vigilantes, pegam fretes com seus veículos, são pedreiros ou serventes, tinham os finais de semana para melhorar sua renda jogando no campinho de várzea e seus campeonatos amadores nos bairros ou em alguma comunidade rural. O trabalho poderia se prolongar até pelo sábado no período da manhã, porém no período da tarde o futebol era certo. O mesmo acontecia nas manhãs e tardes do domingo. Hoje os atletas de finais de semana saíram de cena, a bola murchou e o campinho da prática do futebol raiz esvaziou. Tudo é silêncio. A bola murcha no campo de terra é o retrato do momento difícil que todos nós estamos enfrentando e, podem ter certeza, é preciso reaprender a viver para poder conviver com esse quadro que não terminará tão cedo. Que sejamos todos pacientes e conscientes de nossas responsabilidades individuais para o bem da coletividade.

 

ALEGRIA AO DERRUBAR TREINADOR

 

A frase é batida, porém cabe bem dizer que, não é fácil a vida de treinador de futebol no Brasil. Até vencendo existem cobranças desmedidas, imagine quando o time perde uma final de turno e na sequência empata com um adversário de menor investimento. Aqui já é certa a enxurrada de comentários do tipo, “vai cair”. Pois é, vivendo essa situação o treinador do América de Natal, Evaristo Piza, desabafou: “Parece que é uma alegria derrubar treinador”, em entrevista repercutida pelo portal globoesporte rn.

E o mais chato de tudo isso é, sem a torcida e o seu barulho nos estádios, os treinadores conseguem até ouvir o burburinho de dirigentes e profissionais da mídia esportiva. Novamente ele tem razão quando diz que falta ética a alguns. Não deixa de ser verdade, pois enquanto o treinador trabalha a turma liga o fogo, coloca a frigideira e começa a fritura. Agora, se o profissional não serve, tem alguém que precisa ser responsabilizado por sua contratação. Pensem nisso e, se não tiverem amarras, comentem e cobrem.

 

PAREDÃO

 

O goleiro Érico, hoje atuando muito mais como membro da comissão técnica do Potiguar, embora inscrito na condição de atleta, foi diagnosticado com Covid-19, e já foi internado. As informações iniciais falam em um quadro estável. Fica aqui nossa torcida e orações para que ele se recupere o mais rápido possível. Conheço Érico desde o início de sua carreira, é um bom amigo, pessoa da melhor qualidade e merece recuperar sua saúde. Força e coragem amigo, você que é conhecido como “paredão” vai espalmar mais essa pela linha de fundo, longe do gol de sua saúde plena.

 

RUMORES

 

Até o fechamento da coluna eram fortes os rumores de que o treinador do Globo, Vandeilton Galdino, apesar da boa campanha com a conquista do primeiro turno, poderia ser demitido. O motivo, pasmem os senhores, não aceitou intervenção de um dirigente do clube que queria escalar dois jogadores. Dizem, lá pelos lados de Ceará-Mirim e Natal que, esse também teria sido o motivo da saída de Renatinho Potiguar. Ser for verdade é um tremendo absurdo, nem na várzea se admite mais isso. Aguardemos os acontecimentos. Quem primeiro divulgou foi Marcos Lopes no site da 98 FM de Natal.

 

SEQUÊNCIA

 

Levanta, sacode a poeira e, vida que segue. A ordem no Potiguar é virar a chave, esquecer o tropeção contra o Santa Cruz, como se isso fosse possível, mas a turma quer dias melhores. Os próprios jogadores estão imbuídos na busca por uma nova sequência de resultados positivos. Entre eles, a voz mais experiente é do volante Filipe Silva. E, para começar, ele diz que não tem como mensurar a importância do jogo contra o ASSU, quando a vitória é o único resultado capaz de recolocar o Potiguar dentro dos seus objetivos de engrenar nova sequência de jogos pontuando. Que os anjos digam amém e os jogadores acertem as finalizações.

 

CASTELÃO

 

E o estádio Castelão, em Fortaleza-CE, será o palco da decisão de mais uma edição da Copa do Nordeste. A festa do campeão pode ser em casa mesmo ou se transferir para a festiva Salvador-BA. A vantagem é do Ceará que venceu o primeiro jogo. Assim cabe ao time do Bahia tomar a iniciativa do ataque, porem sem descuidar do sistema defensivo. Como sempre, previsão de um bom jogo, carregado de emoções na final de mais uma Copa do Nordeste. Um teste final para a defesa do time cearense, considerado o melhor setor da equipe. Com certeza um sábado para ficar na história do futebol nordestino e do Brasil.

 

TROCA

 

Parece que a mania de demitir treinador durante o campeonato após uma ou duas derrotas, vai influenciando também outras modalidades esportivas. Na Fórmula 1 corre a informação de que o piloto Valtteri Botta, da Mercedes, pode ser trocado por George Russel, hoje na Williams. O motivo seria três corridas quando o seu desempenho foi considerado decepcionante. Diferente do seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton, que lidera o campeonato. Parece que aquela história de que “futebol é resultado”, também se aplica ao mundo da velocidade na F1.

 

Rapidinhas

 

  • NA próxima coluna tem notícia do Mossoró Esporte Clube. Bastidores.

 

  • MAIS 30 milhões por 18 meses. Parceria Flamengo e Mercado Livre.

 

  • AOS poucos atacante Hulck vai encontrando seu melhor futebol no Atlético MG.

 

  • CUIDADO Potiguar. O ASSU também parece morto, como estava o Santa Cruz.

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