Toque de alerta na politica cafeísta – Wilson Bezerra de Moura

Na politica, assim como nas passageiras guerrilhas de que Mossoró tomou parte, Motins das Mulheres, combate ao banditismo de Lampião, a Abolição da servidão em que teve destacada significação, foram os cafeístas, uma corrente politica partidária na qual um grupo de mossoroenses aderiram em defesa do nome do líder potiguar, João Café Filho, cujo nome na politica da região, chegou a ser vice presidente da República.

Um nome que nasceu do nada, se transformou numa figura notável, forte liderança que conseguiu reunir em Mossoró 86 adeptos à sua corrente partidária, entre os demais estava o cidadão Luiz Etelvino de Queiroz, conhecido por Luiz Prego, talvez por ter sido este um homem de estatura alta, cor branca, tão magro que parecia mesmo um prego, o que levou o apelido facilmente aceito na comunidade.

Chegamos a conhecê-lo, quando o mesmo morava no Alto de São Manuel perto de nossa casa. Certa ocasião seu Luiz Prego caminhava na hora do almoço para sua casa conduzindo dois litros, salvo engano de refrigerantes, quando um caminhão se aproximou dele um dos passageiros gaiatos gritou em voz alta: Viva Café Filho, tão apaixonado que bateu palmas com os litros, foi vidro de refrigerante pra todos os lados,

Entre os oitenta e seis seguidores de Café Filho parece que ele era o mais apaixonado. Café Filho fez sua carreira pública em defesa dos direitos políticos e sociais do povo, jornalista profissional montou um pensamento que rapidamente influiu na preferencia e decisão dos potiguares, dai porque os defensores dos direitos humanos e sociais acertaram as bases de um novo projeto igualitário sobre Café Filho e os poucos liberais de Mossoró, firmaram politica intransigente em favor dele, isto pelo ano de 1930.

O professor Raimundo Nonato que viveu a época, fez referência a um artigo seu no semanário Mossoroense, ed. janeiro de 1981, eis alguns nomes do grupo dos 86 liberais: Américo Julião, Geraldo Freire da Silva. Lembra inclusive de um encontro do jornalista João Café Filho em frente ao amplificador Mossoroense com seu liderado Elzo Rocha, Manoel Leonardo, José Gaudêncio e Luiz Prego, todos prontos a defender qualquer revanche que viesse da oposição.

Este grupo não era só defensor do politico Café Filho, mais da ordem social na defesa e garantias da liberdade de ação.

O lema era todos unidos em uma só facção, alguns deles chegou a assistir o falecimento do líder Café Filho no dia 24 de março de 1981 que deixou as raízes da fidelidade politica iniciada desde 1925 que fez parte da história nacional numa época em que florescia o sentimento nativista.