Thadeu Brandão – Não há nada de novo no “empresário na política”

Por Thadeu Brandão.
As articulações em torno do pleito de 2018 caminham a passos largos, o que significa que as definições estão praticamente articuladas, restando aos atores políticos responder: com quem se filiar e como conseguir recursos para bancar as onerosas campanhas.
Longe de campanhas pautadas em redes sociais (embora estas estejam tendo cada vez mais papel fundamental nas eleições), o corpo a corpo e a exposição através de outras mídias é fundamental. Como também o uso de “cabos eleitorais” (caros e flexíveis), o que denota mais incerteza para boa parte dos candidatos.
O governo Temer e a associação à ele é um elemento nevrálgico, ao menos nos pleitos majoritários (Senado e Governo). Assim como, a associação do falido e desacreditado governo Robinson Faria. Ambos, na rabeira da reprovação absoluta, são fatores negativos que assustam tanto quanto bicho-papão nos terrores noturnos infantis.
Mais forte do que antes (mas que sempre esteve presente) são as “novidades”: os empresários como o novo na política. Pena que nosso povo seja semi-afalbetizado em história. Assim não fosse, saberia que boa parte da classe política veio do meio empresarial. Todas as nossas elites políticas da Taba Potiguar admiram do setor “dinâmico” da sociedade: Alves, Maias, Rosados, Farias, Marinhos, Melos e todos os outros que me esqueci. Seja do agronegócio, do comércio ou de outros, nossas elites advém quase sempre do empresariado. Em outros momentos, poderei mostrar a ascensão de cada um e suas ligações com o velho e bom Capital.
Quando ouço e leio (por meio das milhares de páginas pagas que alguém chama de “imprensa”) que há algo novo na política, lembro que a história é a madrasta dos mentirosos. Lembro de outra coisa: a turma que hoje se lança como nova, ou já se candidatou e foi político antes (e com retumbante desastre), como o caso de Flávio Rocha ou Geraldo Melo, ou são (e TODOS são), grandes financiadores de campanha dos políticos que eles criticam (como Marcelo Alecrim ou Tião Couto, por exemplo). Ou seja, são responsáveis diretos por tudo que nos assola. Mais do que votos individuais, ajudaram a vencer eleições.
Afinal, não há nada de novo no front político. O que há são velhas e carcomidas ideologias que nem se coadunam com as práticas das figuras que, SEMPRE, usam o Estado (no sentido mais amplo), p ara financiarem seus negócios ou catapultarem seus interesses.

Abra o olho eleitor. Pois eles já estão de olho em você.