Thadeu Brandão – Mossoró: desafios da nova gestão em 2017

Aos poucos, apesar da imensa ansiedade gerada pela demora, Rosalba Carlini, prefeita eleita de Mossoró, vai anunciando seu secretariado. Nada de novo no front, para quem esperava algum quadro técnico especial ou alguma “eminência parda” a assumir os gigantescos desafios que virão pela frente.

Consciente das imensas dificuldades, Rosalba e Carlos Augusto escolheram nomes de sua “cozinha” (como se diz no jargão político) e de sua inteira confiança. Nomes que já haviam passado por gestões anteriores (prefeitura ou governo) ou mesmo de sua inteira proximidade (como o caso de sua filha, Lorena Carlini para a Ação Social).

O quadro, desolador e altissonante, das finanças da Prefeitura Municipal de Mossoró, é agravado pela ausência de dados por parte da gestão que se encerra, melancolicamente, como uma ópera bufa de quinta categoria. Sem dados factíveis e reais nas mãos, a equipe de Rosalba terá que começar do zero, analisando e avaliando o estado geral da Prefeitura. Só a partir daí, iniciará o hercúleo trabalho de recuperação.

Um passo necessário é o de cortar na carne. A enxurrada de comissionados deverá ser diminuída, assim como as vultuosas contas para a propaganda e marketing da gestão passada. Duas medidas que, inexoravelmente, trarão insatisfações dos grupos políticos que dependem exatamente dessas fatias do erário para sobreviver.

Lembrando o mestre Maquiavel, que o mal deve ser feito de uma vez e o bem a conta gotas. As medidas de austeridade e de cortes devem ser feitos para, ao menos, manter a máquina pública em funcionamento. Hoje, com a saída e a debacle de Silveira Jr., os serviços municipais estão em frangalhos, nada funcionando a contento, atrasos em salários e pagamentos, entre outros.

Rosalba tem o desafio de azeitar e pôr em ordem a Prefeitura Municipal de Mossoró. Para isso, tem cerca de 12 meses. Pode até alongar o prazo, mas as eleições de 2018 estarão às portas e o seu grupo politico necessita garantir sobrevivência no plano regional e estadual. Um novo fiasco administrativo não cairia bem.

Sua experiência e proximidade com a máquina pública são os pontos mais favoráveis que são creditados à gestora que será empossada dia primeiro. O mais problemático é saber até que ponto os problemas da Prefeitura podem ser sanados, principalmente em um quadro de crise política, depressão econômica e de estagnação local, onde os outrora gloriosos recursos dos royalties do petróleo não mais jorram na Terra da Resistência.

A população segue com esperança. Mas, ao mesmo tempo, como estou ouvindo e lendo nas ruas de Mossoró, esta mesma população segue com um pé atrás. Afinal, gato escaldado tem medo de água fria, me lembra um cidadão com quem divido um café expresso aqui no “Bagdad Café”, no Shopping Liberdade, Centro de Mossoró.

Alea Jacta Est.