Thadeu Brandão – Impressões Oníricas de um Anti-Fascista (I)

Sonhei esta noite (vou aqui “analisando” meu mundo onírico com minhas parcas e fuleiras leituras de Freud e Lacan) com o Padre Fábio de Melo e algumas figuras (que no sonho estavam embaçadas, deviam ser alguns fascistas então – e eram, mas por serem locais, não vou citar os nomes de meus queridos asnos).

Discutíamos Santo Agostinho e Hannah Arendt (que tem tese sobre o “amor” naquele).
Ao final, meus argumentos não eram aceitos por serem “filosóficos demais” (ou de esquerda) e o público não havia gostado ou coisa assim (sim o debate era público).

Minha primeira ponderação: dormi pensando acerca do debate da autora Marcia Tibury (sic) que se recusou em debater com um fascista (no caso, li o livro dela e ela foi inteiramente coerente: ela chega à conclusão que conversar com um fascista é inutil) e me coloquei no lugar dela (ou não).


O padre Fábio é figura que admiro e já tive oportunidade de conversar com ele. Longe, muito longe de ser fascista. Ao contrário. É padre católico (dos bons) e vive na seara ideológica de um (onde tenho vários amigos e excelentes interlocutores) e é ligado a uma corrente espiritualista (que é legítima). 


Segunda ponderação: no sonho, ele personificava algo que eu sempre quis ser, ponderado e compreensivo. Acho que seu papel era de me lembrar que eu poderia ser assim também (ou não).


Terceira ponderação: o público, eis a questão, representou o fascismo aprisionado e vociferado contra minhas pobres interpretações (no sonho) de Arendt e de Agostinho quanto à política e mais outras coisas que não lembro.


Acordei para urinar (coisa de quem está ficando velho) e o sonho foi interrompido. Ou não lembro mais.


#DelendaFascismus