Thadeu Brandão – Ainda há tempo de lutar

Desde os anos “Sarney-Collor”, em que, menino grande e adolescente e depois, nos anos 90, não havia visto tanta gente mergulhara no desespero com falta de dinheiro, de trabalho e sem perspectiva.
Desde aqueles tempos, nunca tinha visto tanta gente sem esperança e depositando seu futuro em promessas mirabolantes e propostas que nada têm a ver com a economia e o desemprego, nosso maior problema. Ontem era o “caçador de marajás” hoje, o cínico travestido de evangélico caçador de “bandidos” (e que, como o outro, apoia tudo o que desmonta o Estado de Direito e os “bandidos” por trás disso).
 
Desde então, nunca vi tanta ansiedade disseminada, como se nesta era das redes sociais e da moderna liquidez e do risco, estivéssemos mais ainda mergulhados na profunda reificação do real.
Pessoas nos semáforos vendendo água e pipoca se multiplicam, assim como vendedores de balas e outras coisas não tão inocentes. Além dos pedintes e demais que já perderam toda a esperança.
Aos ainda empregados, a certeza de que permanecerão pouco tempo no trabalho, onde serão substituídos não por não serem bons ou competentes, mas porque seu custo como capital variável precisa ser menor ainda. Com a China pagando cada vez melhor, nossas elites economias apostam na “guatemalização” do Brasil: a mão de obra (velha mais valia) será o epicentro da dinâmica competitiva de uma indústria eternamente ineficiente.
Os previdenciáveis, com exceção de UM, não estão trazendo à baila a discussão mais IMPORTANTE deste momento: a geração de emprego e renda de forma SUSTENTÁVEL.
Precisamos trazer o debate e fazê-lo nos espaços públicos da vida e não nos espaços privativos e cômodos das redes socais.
Precisamos olhar pelos excluídos mais do que nunca, ate porque, com o tempo, o amargor do desemprego, da falta de renda e da pobreza disseminada, são também as armas que alimentam o fascismo e as ideologias totalitárias.
Pelo bem da democracia e por amor aos nossos irmãos seres humanos brasileiros, não abandonemos a política (como ação do cidadão na “pólis” e na “civitas”) como único caminho para a conquista manutenção dos direitos.
Antes da catástrofe consolidada, há sempre tempo do despertar do homem/mulher público. Por nossos filhos e netos, pela dignidade de nosso povo, lutemos por justiça (de fato e não midiática), por emprego e renda, por garantias e direitos civis (humanos) e por segurança com liberdade.
Ainda temos tempo de lutar.