Temer, vazamento premeditado

Convivi com o vice-presidente Michel Temer por doze anos, na maior parte do tempo filiado ao mesmo partido. Fui indicado por ele para presidir a Comissão que regulamentou o uso de drogas no país, tendo o deputado Ursicino de Queiroz como relator. Temer foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados e reeleito vice-presidente da República. Com a experiência que possui, além do comedimento que sempre lhe caracterizou, não se pode admitir que venha havido vazamento na gravação distribuída a deputadas federais via whatsapp.

A gravação foi feita para chegar ao conhecimento de um público previamente determinado. É um texto bem escrito onde propõe o diálogo, a pacificação dos ânimos e sinaliza posições aos empresários, movimentos sociais, trabalhadores, aos eleitores, não esquecendo ninguém. Outra demonstração de que nada foi feita ao acaso é que o grupo WhatsApp utilizado pelo vice-presidente foi criado na véspera em que a mensagem foi enviada.