Temer decide não responder perguntas da Polícia Federal

Em ofício dirigido ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, STF, justificando que as perguntas fogem do objeto da investigação e são de natureza pessoal ou opinativa, com o objetivo único de comprometê-lo.

A petição por Temer, apresentada em 14 páginas, é subscrita pelo criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que pediu o arquivamento do inquérito. O presidente alega que a PF extrapolou o objeto da ação para fazer perguntas de caráter pessoal e outras, na tentativa de colocá-lo em situação de constrangimento.

Na correspondência, o presidente Michel Temer afirma textualmente: “Cumpre inicialmente ponderar que, houvesse Vossa Excelência [Fachin] sido o autor dos questionamentos feitos por escrito ou em colheita de depoimento oral, teria havido, com certeza, uma adequada limitação das perguntas ao objeto das investigações. Indagações de natureza pessoal e opinativa, assim como outras referentes aos relacionamentos entre terceiras pessoas ou aquelas que partem de hipóteses ou de suposições e dizem respeito a eventos futuros e incertos não teriam sido formuladas. No entanto, foram feitas e demonstram que a autoridade mais do que preocupada em esclarecer a verdade dos fatos desejou comprometer o Sr. Presidente da República com questionamentos por si só denotadores da falta de isenção e de imparcialidade por parte dos investigadores”.