Startup criada na Ufersa é única do Norte e Nordeste selecionada para evento de bionegócios

Criada no campus de Mossoró da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) pela professora do curso de Biotecnologia, Fernanda Matias, a startup Meltech foi uma das 16 empresas selecionadas no Brasil, sendo a única representante do Norte/Nordeste, para o programa de aceleração de startups do BiotechTown, primeiro centro privado do país dedicado para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de Biotecnologia e Ciências da Vida.

Durante o evento, que acontece durante o mês de outubro em Nova Lima, Minas Gerais, os participantes recebem mentoria especializada para que futuramente contem com apoio de parceiros internacionais. Juntamente com a docente, também participa do programa o ex-aluno do curso, Elias Silva Gallina.

A Meltech, empresa que foi incubada pela Incubadora Tecnológica e do Agronegócio de Mossoró (IAGRAM) da Ufersa,  produz hidromel (uma espécie de vinho de mel) e kombucha, um probiótico (produto com microrganismos vivos) que, além do sabor, traz benefícios à saúde. “É um refrigerante natural”, diz Fernanda.

Empresa surgiu para ajudar produtores da região

Fernanda Matias explica que a ideia para criar a empresa veio das dificuldades e queda na produção, ocasionados pela seca região.

“A região é muito rica em alguns produtos, e um deles é o próprio mel. Mas, há alguns anos, caiu muito a produção por falta de chuvas. As abelhas começaram a morrer e as famílias começaram a ficar sem dinheiro. Como faltam políticas públicas na região, o pessoal não sabia fazer o manejo [para continuar extraindo mel]. Pensei em começar a trabalhar com um produto de valor agregado, para essas famílias voltarem a produzir”, explica a bióloga, que tem doutorado em biotecnologia.

Segundo Fernanda, também houve a iniciativa de uma professora da Ufersa, que passou a oferecer cursos aos produtores. “A gente acabou se juntando. Ela soube de mim e eu soube dela”, conta. Agora, Fernanda prepara-se para a inserção concomitante dos seus produtos no mercado nacional e internacional. De acordo com ela, a empresa já nasceu de olho na possibilidade de exportação. A bióloga acredita que as bebidas farão sucesso no exterior.

“Nossos produtos têm características únicas. A vida útil do nosso kombucha é 12 meses, enquanto do comum são três. Patenteamos a fórmula. Falta patentear a do hidromel. Vamos começar tudo junto, mercado interno e externo. Quando a empresa ainda estava sendo incubada, há dois anos, eu já participava do PEIEX”, conta, referindo-se à capacitação para exportadores da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

A professora conta que, após a LAC Flavors, feira de bebidas e alimentos promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Chile, a empresa está em negociação com quatro países: Argentina, República Tcheca, Costa Rica e Reino Unido.

BiotechTown

Centro que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento do produto, registro, produção inicial até a inserção das soluções nos mercados nacional e internacional, bem como ser porta de entrada às empresas internacionais para o mercado latino-americano. É fruto de uma parceria entre a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), a agência de inovação Fundep Participações (Fundepar), e a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), tendo como apoiadores a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia (Anbiotec) e o projeto CSul – Desenvolvimento Urbano.