Solidão na Terceira Idade – Regina Pereira e Jenifer Almeida

 

Muitas vezes deixamos nossos idosos em uma espécie de isolamento, sem mesmo nos darmos conta disso. A correria do dia a dia, a falta de tempo e/ou paciência, as discordâncias sobres questões familiares, como educação, postura e comportamentos, afastam o idoso do convívio familiar. Esse afastamento favorece o sentimento de solidão. A ciência confirma que a extrema solidão, assim como a extrema pobreza, pode aumentar o risco de morte prematura em idosos, segundo estudo clinico realizado por pesquisadores de uma Universidade de Americana.

Existem diferenças dramáticas na taxa de declínio físico e mental entre solitários e pessoas socialmente engajados. Solidão pode ter consequências profundas para a saúde das pessoas mais velhas. Sono interrompido, por exemplo, eleva a pressão arterial, aumenta os níveis de estresse e da depressão. Isso tudo é relatado em pessoas que vivem em extrema solidão e também podem causar problemas para o sistema imune do corpo, além de gerar uma sensação de mal-estar geral. A resistência física e mental das pessoas mais velhas que têm relacionamentos satisfatórios é muito mais forte do que em pessoas idosas solitárias. Por isso a importância de manter contato com os ex-colegas de trabalho, dedicar tempo para a família e amigos além de valorizar tradições familiares que possam existir. Isso dá aos idosos a oportunidade de se conectar com o mundo a sua volta.

Podemos ressaltar a importância de convivência familiar como nos momentos de refeição. Da mesma forma que na infância a refeição em família é importante no estabelecimento de vínculos, na velhice, este hábito é tão importante quanto,  uma vez que são esses momentos que favorecem diálogos e troca de experiências diárias, além de reforçar e estreitar laços afetivos.

Muitos idosos não preservam a capacidade de se alimentar sozinhos, além de muitas vezes sofrerem com diversas alterações de mastigação, deglutição   necessitando não apenas do auxílio mecânico na refeição, mas do apoio emocional e envolvimento da família, demonstrando dessa forma a importância dele no contexto familiar.

Não é só o isolamento físico que provoca os problemas de saúde associados com a solidão, mas a “sensação subjetiva de isolamento”, experimentada por algumas pessoas mais velhas, pode estar ligada a perdas auditivas e de visão comuns nessa faixa etária. Essas alterações devem ser observadas e são passíveis de tratamento, portanto não devemos negligenciar essas condições e deixar que os idosos sintam-se cada vez mais isolados.

Vamos valorizar nossos idosos. Todos nós temos pais, avós ou outros parentes nesta situação onde qualquer atenção, um encontro familiar, uma boa conversa, um almoço no domingo, proporciona benefícios tão importantes que podem potencializar positivamente todas as formas de tratamento convencionais.

 

– Regina H. M. Pereira

Nutricionista- Mestranda na área de Ciências do envelhecimento,USJT

Diretora do Departamento de Nutrição SOCESP

–  Jenifer K. A. de Almeida

Nutricionista- Mestranda na área de Ciências do envelhecimento,USJT

Alunas de mestrado da pós-graduação stricto sensu Ciências do Envelhecimento da Usjt