Sindicato do Crime reage em Caicó: “Ou o PCC sai do nosso estado ou o estado vai tremer”

Num dia marcado por ataques a ônibus e delegacias na Grande Natal, veio de Caicó o indício de que a investida tem origem na reação da facção criminosa Sindicato do Crime.

Na noite desta quarta-feira um detento da Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão, ligou para a emissora de rádio Caicó AM onde destacou o registro de pelo menos dois mortos no presídio.

Uma foto divulgada nas redes sociais mostra pelo menos oito detentos feridos numa das celas, que seriam ligados ao PCC. O presídio foi alvo do confronto entre representantes das facções inimigas no ano passado.

Durante a entrevista, feita por celular, o detento destacou como exigência para a trégua a retirada de integrantes do PCC das unidades ocupadas pelo Sindicato do Crime.

“A gente quer que o Estado tire o PCC dentro das nossas unidades, todas as nossas unidades. A gente pede a saída imediata do PCC do estado. Ou o PCC sai do nosso estado ou o estado vai tremer todo, entendeu?”, destacou o detento que não foi identificado.

Ainda durante a entrevista o detento responsabilizou o PCC e o Estado pela guerra travada nos presídios do Rio Grande do Norte que acabou ganhando as ruas do estado nesta quarta-feira.

“Outra coisa a gente não procurou esta guerra, a gente não travou esta guerra. Esta guerra foi travada por eles. Esta guerra foi travada pelo Estado e pelo PCC – Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles travaram esta guerra com a gente”, concluiu.

Em Natal em menos de seis horas foram incendiados 12 ônibus, um carro, e duas delegacias foram atacadas. A ação pode ser parte da estratégia do Sindicato do Crime para forçar a retirada de integrantes do PCC dos presídios do Rio Grande do Norte.

Com o início das mobilizações em Caicó cresce o risco de que as ações se espalhem em presídios de outras cidades do interior como Caraúbas e Mossoró.