Seu Juca Freire – nos caminhos da recordação – Wilson Bezerra de Moura

Normalmente estamos em contato com nosso Irmão e amigo José Mário Cabral Freire – pertencemos ao mesmo grupo dos filhos da Ordem Maçônica -, quando num determinado momento veio a conversa, embora rápida, mas o suficiente para lembrarmos seu pai, João Francisco Freire Sobrinho, conhecido de toda Mossoró como Juca Freire.

Foi aí quando o pensamento nos invadiu e lembramos da Praça Rodolfo Fernandes, ou mais precisamente da Praça do Pax, ou ainda mais  do tradicional Café  Vitória, que ficava  mesmo no  centro dessa praça, aonde ali se encontravam todos os fins de tarde, já boca de noite, seu Juca Freire com um velho e inseparável amigo e seu parente, chamado de Lula Aquino, cujo nome era Luiz Ferreira de Aquino.

A lembrança de seu Juca Freire e Lula Aquino veio exatamente porque foi nessa época, década de sessenta, que passamos a nos aproximar de seu Lula, porquanto estávamos nos preparando para entrar na Maçonaria e ele, como membro efetivo de Loja 24 de Junho, nos atraiu aproximação para justamente alimentar o interesse em conquistar seu apadrinhamento.

Seu Juca Freire fechava seu armazém de cereais às tardinhas, que ficava na subida da ponte Jerônimo Rosado, seguia diretamente para a Praça do Pax, enquanto seu Lula vinha também de sua mercearia, que ficava numa esquina da Rua Dionísio Filgueira com Meira e Sá e travavam-se na grande batalha de falar sobre comércio, às vezes de sua região, o Poré, munícipio de Upanema. Falavam também nas terras agrícolas e criadoras que na época invernosa traziam-lhes felicidades, até porque seu Juca Freire sempre foi um alucinado por fazenda, até adquirir por compra uma propriedade de nome Riacho Salva-Vidas, do senhor  Meton Falcão Freire, distante quinze quilômetros de Mossoró.

Nos quatro cantos da cidade todos eram unânimes em reverenciar o nome de seu Juca Freire, humilde, trabalhador, honrado, comedido em suas ideias, só as jogava ao conhecimento alheio quando tinha certeza do falar. De tanta moderação de vida que sua companheira de vários anos, dona Adelzira Cabral Freire, manifestou seu pensamento sobre Juca Freire, seu marido, ao afirmar: “Juca, levaste tua  vida dando exemplo de simplicidade, trabalho e honradez. Bom  para comigo e teus filhos, conquistando destes muito respeito e amizade. Eu, teus familiares e amigos jamais te esqueceremos”.

Nós assinamos embaixo as palavras de dona Adelizra. Sabemos o quanto valeu para nós aqueles encontros da Praça do Pax. A nossa memória centraliza todos os sentimentos que os direcionamos ao inesquecível Juca Freire, a quem esta terra muito deve por sua trajetória de vida exemplar que legou a todos.

Seu Juca Freire, descanse em paz por todos os séculos e séculos. Amém.