Saída de Cubanos do Programa Mais Médicos preocupa municípios brasileiros

Decisão de Cuba de retirar profissionais do Mais Médicos após declarações de Bolsonaro pode inviabilizar redes de saúde inteiras em pequenas cidades.

Em Embu-Guaçu, SP, a rede de atenção básica era praticamente inexistente antes de 2013, quando chegaram os primeiros médicos cubanos em missão ao país. A prefeitura do município, que conta com cerca de 67.000 habitantes, tentou realizar vários concursos, mas pouca gente participava. Depois do Mais Médicos, a mortalidade infantil foi reduzida de 14% para 6%.

O município de Mauá, SP, deve perder 33 dos 46 médicos. Antes da chegada dos médicos cubanos, Mauá tinha 40 equipes de saúde da família, sempre com dificuldade de fixar esses médicos. Os médicos cubanos têm 62% de permanência no programa enquanto os brasileiros têm 21% e os estrangeiros 17%. “Essa era a dificuldade de muitos municípios desde a criação do SUS. No final de 2016, com o Mais Médicos, as equipes de saúde aumentaram para 85.

Para o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, é lamentável que a decisão de Cuba seja irreversível e reiterou que a grande dificuldade dos prefeitos será conseguir fixar o médico brasileiro em regiões vulneráveis e garantir o avanço que havia sido alcançado na saúde pública com o programa