Roseann Kennedy entrevista nesta segunda vocalista do Quinteto Violado
O vocalista tem orgulho de ter inspirado várias gerações e diz que no momento que o Quinteto Violado começou a trabalhar a música regional brasileira, muitos compositores e músicos da época chegaram a dizer que ouviam juntos todos os lançamentos do grupo. Fato que influenciou novas criações e artistas nordestinos. Marcelo também relembra o eterno Chico Science que traduziu em seus tambores a observação do comportamento do povo das favelas, “com um ritmo musical que encantou o mundo”.
Quando o Quinteto completou 40 anos, Marcelo relembra que chegou a ouvir de Lenine: “Vocês (Quinteto Violado) fazem parte do meu DNA, de tão impregnada que a musicalidade de vocês está dentro da minha história”.
A preocupação do Quinteto em perpetuar a boa música, está nos encontros que eles promovem com grupos de outros estados do país, como a Banda de Pau e Corda, Grupo Raízes e vários outros. A intuito é promover o intercâmbio da música regional sem caricaturas e driblar as dificuldades já enfrentadas pelo grupo desde o seu nascimento.
Para Marcelo é importante que esses movimentos sempre se mantenham, pois muita gente jovem faz sons interessantes na atualidade. “O Quinteto foi como um divisor de águas para a música nordestina. Num determinado momento a música nordestina tinha uma dificuldade muito grande de alcançar o ambiente do centro-sul, do sudeste, onde se sediavam as grandes gravadoras”.
Para as próximas gerações, o grupo investe nos “Concertos Aula” um projeto educador e pedagógico que difunde vários gêneros e ritmos musicais. “A gente percebeu que era muito importante utilizar esse nosso acervo, essa nossa forma de trabalhar a música como uma maneira também de educar, de trazer uma informação pedagógica para os jovens . Foi aí que nós criamos os Concertos Aula e nós começamos a apresentar para a juventude. A gente despertava nas crianças o interesse pela música, pela música séria, pela música que tinha uma representatividade brasileira”.
Agência Brasil