Retalhos de uma época – Wilson Bezerra de Moura

Resolvemos dar uma volta nos relatos históricos de uma região. Não nos cansamos de comentar, até porque são muitos os fatos arrolados, todos eivados de conhecimentos.

Já comentamos que o Capitão Mor Antônio de Souza Machado fixou-se na região ribeirinha de Mossoró com o proposito de explorar a agricultura e criação de gado vindo do Ceará e o fez com a melhor das intenções.

Durante alguns anos resolve atender sua esposa Amélia de Souza Galvão, que pediu a construção de uma capelinha em homenagem a Santa Luzia, sendo desta feita iniciado o verdadeiro povoamento que deu origem à cidade de Mossoró que temos hoje, fruto da emergente população de 1772.

Mas essa história retrocede a anos anteriores, quando nos reportamos aos primeiros transeuntes que por essas terras passaram. Muitos como simples passageiros, outros, em missão especial, como foi o caso dos Carmelitas, vindos a Mossoró catequisar os primitivos habitantes a mando do Convento dos Carmelitas do Recife. Foi a base desse propósito que veio se juntar à ideia de fundar a Capelinha no Rio Do Carmo, distante poucos quilômetros do núcleo mossoroense, quando, para atender o desejo do agropecuarista Antônio de Souza Machado, fixou-se à ribeira do rio Mossoró.

Não só a região do rio do Carmo, ocupada pelos Carmelitas, como parte das Sesmarias Atlântica que desciam ao longo do rio Apodi-Mossoró e seus afluentes viram perspectivas exploráveis por pessoas interessadas e relatadas pela história, como sendo Gonçalo e Joseph Leitão Arnoso, Lourenço de Farias Leitão, Jerônimo Sanches da Silva, afinal moradores da Capitania de Pernambuco e do Rio Grande, que recorreram ao Governador Geral do Brasil solicitando terras na quantidade de cinco léguas compridas por outras tantos de largura, para cada um deles, dizia bem o pedido, ao longo do rio Upanema.

As terras foram concedidas a cada pretendente, bem assim ao capitão Mor do Rio Grande, Geraldo de Sony, que registrou-as no ano de 1580. Infelizmente caíram com isso pelo desaproveitamento das áreas requeridas. Apenas prevaleceu por tempos, caminhos trilhados por Estevão Velho de Moura, que jurisdicionava na ribeira, partindo do Riacho do Parambu, na cabeceira do Piató, indo até o Rio Jaguaribe e Xoró, que era considerado como um velho nome de Mossoró.

Sempre é possível atentar que um fato histórico conhecido num dado momento tem suas raízes num passado, envolvendo personalidades que tiveram efetiva participação.