REMINISCÊNCIAS – DESASTRE AÉREO EM ARACAJÚ

Wilson Bezerra de Moura

Mês de maio de 1951, pelo avião da NAB, em céus aracajuenses, mais precisamente sobre o Rio do Sal, aconteceu um desastre aéreo que dizimou o governo do RN e parte de seu secretariado.

Era a primeira viagem que essa equipe governamental fazia, conduzindo uma agenda completa de trabalho a ser discutida com o presidente da República, mas não chegou a tanto.

Talvez a maior surpresa e que tenha levado ao grande descontentamento tenha sido esse e o fato do Governo Dix-sept Rosado ter pela necessidade de discutir importante agenda para o Estado e não ser concluída a tarefa, enquanto outro descontentamento tenha atingido também o povo, a questão de outros ministros terem sido atormentados, aumentado o descontentamento da população.

Quando o ato chegou ao conhecimento geral, toda população nacional tomou-se de súbito, decretaram os governantes luto oficial, não a parada em si só, como na participação do velório. Todos os programas de rádio cancelaram sua programação, o credo cancelou os atos das igrejas, catedral no Alecrim e Ribeira e procuraram se inteirar dos acontecimentos voltados a propagação do velório e sepultamento.

Com o nefasto acontecimento, os irmãos do governador, Dix-huit e Vingt Rosado, viajaram de imediato com destino a Aracajú, enquanto Olavo Galvão, prefeito de Natal, e Bilac Farias, Secretário da Assembleia do RN, também chegaram a Aracajú com o mesmo propósito, de ajudar no cerimonial e apresentar os sentimentos de pesar em nome dos patrícios.

Todos foram unânimes sobre a solidariedade prevista ao nefasto. Políticos foram incontidos, mas o que chamou muito a atenção foi a colaboração prestada pelo governador sergipano  Arnaldo Goldemberg Garcez. Talvez por ter sido em sua casa o acidente, dedicou-se de corpo e alma aos acontecimentos fúnebres.

Nos assentamentos do arquivo do escritor e pesquisador Raimundo Soares de Brito consta tanto as causas como as consequências da morte do governador Dix-sept.

É que seu irmão Vingt Rosado foi registrar sua candidatura a prefeito de Mossoró e foi impedido por seu irmão Duodécimo Rosado, por não gostar da sua atitude, argumentando: “Vingt, não adianta, por que já perdemos Dix-sept nessa história de política, o que poderá acontecer com você”.

Foi formada uma Comissão para organizar uma estátua do saudoso governador Dix-sept Rosado, cuja comissão ficou assim constituída: Presidente: Dr. José Fernandes Vieira; Prof. Manoel Leonardo Nogueira; Raimundo Rebouças Filho; Francisco Vicente de Miranda Mota; Jorge Albuquerque; Deputado Vicente da Mota Neto; Lauro da Escóssia; Vicente de Almeida; Profa. Cleide Siqueira; Jornalistas Doriam Jorge Freire de Andrade, Jaime Hipólito Dantas, advogado José Augusto Rodrigues e o capitão Manoel Alves.

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