Relatório entregue por Castro ao STF tem dados diferentes dos divulgados sobre megaoperação no Rio

As informações entregues pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a megaoperação policial no estado, divergem dos números oficiais divulgados anteriormente por representantes das secretarias estaduais de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia Militar.

 

Na coletiva de imprensa realizada em 28 de outubro, as secretarias informaram que 119 pessoas morreram e 113 suspeitos foram presos durante a ação. Também foi divulgada a apreensão de 118 armas — sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver —, além de 14 artefatos explosivos e uma quantidade de drogas que ainda estava em fase de pesagem.

No documento encaminhado ao STF, o governo do Rio registra 121 mortos e 99 pessoas presas ou detidas. O relatório também apresenta diferenças nos números de armamentos: 122 armas apreendidas, sendo 96 fuzis, 25 pistolas e um revólver, além de 260 carregadores e cerca de 5.600 munições. O texto cita ainda a apreensão de 12 explosivos, 15 veículos, 22 quilos de cocaína e aproximadamente 2 toneladas de maconha.

 

A operação realizada no Complexo da Penha e do Alemão é considerada a mais letal da história do estado. Nesta quarta-feira 5, o ministro Alexandre de Moraes realizou uma audiência com entidades de direitos humanos para tratar do caso.

 

As organizações civis relataram possíveis violações de direitos, execuções e excesso na atuação policial. O governo do estado, por sua vez, negou abusos e afirmou que a ação teve como objetivo combater organizações criminosas.

 

O relatório do governo fluminense e os relatos das entidades serão analisados por Moraes, que assumiu temporariamente a relatoria da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.

 

A decisão do Supremo que originou a ADPF das Favelas estabeleceu protocolos para limitar e monitorar operações policiais no Rio de Janeiro, com foco na redução da letalidade em áreas periféricas. Moraes deverá avaliar se as determinações da Corte foram descumpridas durante a megaoperação.

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