Relatório aponta que 64,1% das pessoas vivendo com HIV no país já foram discriminadas

No mês que marca a luta internacional contra a Aids, a Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero e o Programa das Nações Unidas para o HIV e a Aids (UNAIDS) apresentam o Índice de Estigma e Discriminação em relação às Pessoas Vivendo com HIV/Aids no Brasil. É a primeira vez que o estudo é desenvolvido no país.

O levantamento foi realizado em sete capitais brasileiras (Recife, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), entre os meses de abril e agosto de 2019, e aponta que a maioria das pessoas que vivem com HIV ou com AIDS no Brasil já passou alguma situação de discriminação. Das 1.784 pessoas entrevistadas, 64,1% afirmaram já́ ter sofrido alguma forma de estigma ou discriminação pelo fato de viverem com HIV ou com AIDS.

Ainda segundo o documento, comentários discriminatórios ou especulativos já afetaram 46,3% delas, enquanto 41% do grupo diz ter sido alvo de comentários feitos por pessoas da própria família. As situações de discriminação incluem assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e também agressões físicas (6,0%).

Também chama atenção a discriminação sofrida pelas pessoas vivendo com HIV/Aids no sistema de saúde: 15,3% afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação por parte de profissionais da saúde pelo fato de viverem com HIV ou com AIDS, incluindo atitudes como o esquivamento do contato físico (6,8%) e a quebra de sigilo sem consentimento (5,8%).

 

Brasil de Fato