Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

Artigo da Semana I - O DEUS QUE VIGIA E PUNI, A ARROGÂNCIA E O DESPREZO PELO POBRE. – [email protected]

O DEUS QUE VIGIA E PUNI, A ARROGÂNCIA E O DESPREZO PELO POBRE

No mundo líquido, de relações líquidas, e sem valores humanos. Encontramos um mal silencioso, e as vezes notável, quando se torna público pelo alto grau de desumanidade, que é a arrogância e o desprezo pelo pobre.

As Sagradas Letras, A bíblia, nos conta a história de duas cidades/nações, em que seus habitantes eram arrogantes e desprezavam o pobre e o necessitado. Vejamos: “Ora, este foi o pecado de sua irmã Sodoma: ela e suas filhas eram arrogantes, tinham fartura de comida e viviam despreocupadas; não ajudavam os pobres e os necessitados. Eram altivas e cometeram práticas repugnantes diante de mim. Por isso eu me desfiz delas, conforme você viu”. (Ezequiel 16: 49,50).

De acordo com o profeta Ezequiel, o primeiro mal, que Deus observa num homem, é a arrogância. A arrogância é um sintoma de depressão, caracterizado pela profunda solidão, conjunta a uma inabilidade de se relacionar com outras pessoas. Visto que, a pessoa se sente superior ao outro por mera ignorância ou mesmo pela maldade oculta.

Por outro lado, muitas vezes pode ser apenas uma maneira de esconder a própria insegurança, ou mesmo, medo de não ser capaz de realizar determinadas funções sociais. E desta forma, cria uma capa de arrogância para se proteger.

Quando ocorre a manifesta da arrogância, a sua característica mais visível é o conflito da expressão de superioridade, ou seja, o desejo de mostra-se melhor que o outro, ou mesmo, mostra-se melhor em relação a outro individuo especifico ou grupo. Consequentemente, este tipo de atrito, desencadeia uma série de perturbações e conflitos, que quase sempre levam a humilhações, desgosto e perda do prazer de viver. As quais, quando é encontrado um ser de alma presente, recebe uma respondida a altura.

De acordo com a literatura disponível, há vários tipos de arrogância, dentre elas podemos citar as duas principais que são: A arrogância individual que se caracteriza pelo exagero na apresentação de suas habilidades, realizações, características corporais e financeira. E a arrogância comparativa, que se caracteriza pela simples comparação em tudo em relação a outro. É a que chamamos de vantagismo desnecessário.

Quando observamos o proceder da sociedade, encontramos caraterísticas que evidenciação a arrogância como fonte de demonstração de poder. Entre elas, podemos citar: olhar altivo, ouvidos tampados para o clamor do pobre, nariz empinado,  e sentindo-se o melhor e do melhor. Todavia a Bíblia afirma: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” (Provérbios 16:18).

Por outro lado, a psicologia apresenta uma explicação razoável em relação a arrogância, quando lecionar ao dizer: A arrogância é um sentimento “que sobe à cabeça”. Uma pessoa pode ser naturalmente arrogante por uma diversidade de fatores, ou se tornar arrogante em momentos de ascensão social.

A arrogância atinge e adoece a todas as classes sociais, como: professores, flanelinhas, advogados, engenheiros, executivos, médicos, porteiros, cientistas e etc. E sua maior característica é o declínio de não ouvir com paciência a outra pessoa.  Ensina o livro de provérbios: “A vida de pecado dos ímpios se vê no olhar orgulhoso e no coração arrogante”. (Provérbios 21:4)

Em inúmeras passagens bíblicas é dado o alerta aos arrogantes e a sua arrogância, vejamos: “O temor do SENHOR consiste em odiar o mal; rejeitar todo orgulho, arrogância, o mau comportamento e o falar perverso”. (Provérbios 8:13); “Há pessoas de olhares altivos; e de semblantes arrogantes”; (Provérbios 30:13); “O ímpio é soberbo, não quer saber desse assunto. “Deus não existe!” é tudo o que de fato pensa”. (Salmos 10:4); “Os olhos dos arrogantes serão humilhados e a soberba da humanidade será destruída; naquele Dia somente Yahweh será exaltado!…” (Isaías 2:11,17); “Eis que diz o SENHOR: “Por causa da presunção das mulheres de Sião, que caminham orgulhosas, de cabeça erguida, mas flertando com os olhos, desfilando com passos curtos, fazendo tilintar argolas e enfeites atraentes em seus calcanhares”, (Isaías 3:16); “Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus. Porquanto todo aquele que se vangloriar será desprezado, mas o que se humilhar será exaltado!” Jesus abençoa os pequeninos”. (Lucas 18:14); “Do mesmo modo, jovens, sede submissos aos mais velhos. E, todos vós, igualmente, tratai com humildade uns aos outros, porquanto, “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. (1 Pedro 5:5).

Outro grande mal social, é o esquecimento do pobre e abandono de quem sofre. Porem, diz as Sagradas Letras doutrina: “Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o SENHOR o livrará no dia do mal. O SENHOR o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos. O SENHOR o sustentará no leito da enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”. (Salmo 41:1-3).

E o próprio mestre (Cristo Jesus) avisou: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:40) “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas.” (Mateus 9:36)

Infelizmente, hoje, as igrejas, esqueceram das ordens do mestre Cristo Jesus. E deste esquecimento, surgiram: santuários-shopping que apenas pensam nos lucros financeiros, alguns que se dizem, líderes espirituais que concorrem aos holofotes como celebridades midiáticas, aqueles que abusam e usam o nome de Deus em busca de promoção política e social, orçamento de igrejas que nunca privilegiam em ajudar quem precisa.

Portanto, não há dúvida que no coração Cristo Jesus, o que sofrem, as viúvas, os órfãos, o pobre tem lugar garantido. Logo, é de fácil compreensão que Cristo tem identificação com o pobre, com o marginalizado, e com os excluídos, principalmente com quem sofre. E desta forma precisamos ter o mesmo sentimento de Cristo em ajudar, cuidar e amar o próximo.

 

Pesquisador e escritor: Ricardo Alfredo