Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

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AS FERIDAS DA ALMA

Este é um tema difícil e complexo, visto que cada pessoa reage aos problemas da vida de forma diferente. No entanto, os diversos problemas do dia a dia podem deixar marcas na alma, ou feridas na alma. Estas feridas, quase sempre são manifestadas como traumas psicológicos ou doenças que se manifestam no corpo.

As feridas da alma, tem uma correlação direta com o meio social, a cultura, o estilo de vida, a educação que recebeu dos pais e dos familiares, com as influências sociais e com a experiência dura vivida. Estes ambientes citados, quase sempre tem uma influência no nosso viver e no cotidiano. E nestes ambientes que quase sempre enfrentarmos perseguições, maus tratos, desprezo, que geram lesões no interior, na alma, e quase sempre são feridas profundas que necessitam de ajuda.

Dentre as doenças psicológicas, na alma, estão: Depressão clínica, Depressão pós-parto, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Anorexia, Transtorno da Personalidade Borderline, Esquizofrenia, Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), Transtorno Bipolar, Estresse pós-traumático e Transtorno de ansiedade social entre outras.

Quando essas doenças se manifestam, fica claro a necessário de ajuda da área da saúde, de orientação e tratamento médico. Porém, nada é tão importante neste momento da vida, o quanto se aproximar de Deus, e do seu cuidado com cada ser humano. Da aproximação com Deus, o Salmista declara: “É Ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças.” (Sl 103:3) “Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas.” (Sl 147:3). É exatamente assim que acontece quando nos aproximarmos do Senhor e nele confiarmos. O seu poder é capaz de curar qualquer doença, física ou na alma. Quando nos aproximamos de Deus, a cura vem em conjunto com a libertação da alma que se encontrava presa as mazelas do pecado. E o seu amor é manifestado em poder, bondade e misericórdia.

Veja o convite de Deus a você! “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:28-30).

Outro passo importante é aceitar o perdão de Deus, e perdoar as outras pessoas que agiram mau conosco. Quando você libera o perdão, como ensina as Sagradas Letras, este perdão vem a você como bálsamo ou alivio na alma.

As Sagradas Letras, trazem um paradigma interessante em relação ao perdão. É como se nos prevenisse sobre quanto a raiva ou o rancor, pode nos trazer diversas doenças ou males que são expostas da vida espiritual para vida física. Por este motivo, a bíblia, declara que ainda há dois tipos de perdão. O perdão do outro por alguma ofensa, e o próprio perdão, quando você aceita se perdoar. O apóstolo João declarou: “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”. (João 20. 23); já o apóstolo Mateus, relata um fato importante sobre a lição do perdão, vejamos: Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”  Jesus respondeu: “Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete.  “Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. “O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir.  “Mas, quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ “Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu pagarei a você’.  “Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. “Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. “Assim também fará meu Pai celestial a vocês se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”. (Mateus 18.31 – 35).

Na narrativa bíblica citada, fica evidente, que aquele que reter o perdão, prolonga o seu sofrimento. Por outro lado, perdão não significa continuar ao lado de alguém ou ser amigo deste, pelo contrário, perdão é ser livre para escolher.

Portanto, quando os primeiros sinais de ferida na alma surgirem, não os ignorem, pois as mesmas podem acarretar diversas doenças no campo emocional e físico. Ou seja, o tratamento dever ter duas vertentes, o clínico para cura do corpo e o espiritual para cura da alma.

Ore comigo: Senhor, tenho poucas forças e preciso da tua ajudar. Bem sei, que o teu Espírito Santo pode me conduzir a um caminho melhor. Ensina-me a olhar com o teu olhar, perdoar o meu irmão com o teu perdão. Só assim, Senhor, sei que nesta batalha cairá os grilhões que prendem a minha alma. Senhor, dá-me calma para que as perturbações do dia a dia não venham perturbar a minha alma e me trazer amargura, medo, tristeza e opressão. Ensina-me a confiar em tua presença, porque sei que o meu redentor vive e logo se levantará para julgar a minha causa. Amém.

 

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