Qual é o melhor caminho?
Jeronimo Mendes
Caminhante, não há caminho, faz-se o caminho ao andar. Essa frase pertence a Antonio Machado, poeta espanhol que nasceu no século 19 e morreu na primeira metade do século 20. O que eu e ele temos em comum? O fato de ambos gostarem de poesia e de acreditarem piamente nisto: não existe caminho.
Se você tivesse absorvido – vamos chutar alto – em torno de um por cento do conhecimento disponível nos artigos, textos e livros que já passaram pelos seus olhos ou ainda nas aulas, palestras e treinamentos dos quais participou, talvez fosse o homem, ou a mulher, mais rico e inteligente do planeta.
O que está em jogo não é a leitura ou o dinheiro, mas as atitudes que você toma ou deixa de tomar depois de saber como as coisas funcionam ou, pelo menos, como funcionaram para alguns. Com tudo o que você já viu e ouviu até aqui, talvez não precisasse de mais nada, mas quando olha ao redor, ainda lhe falta alguma coisa e você começa a correr atrás de mais conhecimento.
A leitura é uma odisseia, uma viagem pelo pensamento de alguém que compartilhou uma mensagem com base na sua própria experiência pessoal ou profissional, não importa, mas a história é dele, não é sua. Talvez não lhe sirva de modelo. A situação era outra, o contexto era diferente e a história de cada um nem se fala.
Muita gente continua pobre, não apenas de dinheiro, mas, por vezes, de espirito. De nada vale a teoria sem a prática, a prática sem a experiência, a experiência sem a sabedoria, a sabedoria sem a humildade. Todo conhecimento é inútil quando não utilizado em benefício de alguém, ainda que seja de si mesmo.
Assim é na vida pessoal, na vida profissional e nos negócios em geral, portanto, sem desmerecer tudo o que você já viu, leu e ouviu, algumas questões continuam sem resposta: o que eu faço com tudo isto? Qual é o caminho? Quem está certo ou errado? Por que este ou aquele conseguiu e, baseado no mesmo método, eu ainda não?
As histórias servem de inspiração, mas não mudam a sua própria história. Sem iniciativa, esforço e dedicação, elas continuarão sendo apenas exemplos. Ser fã do Elvis não me faz cantar como ele. Entender a vida do Steve Jobs também não. Conhecer todos os passos da riqueza utilizados por Donald Trump não farão de você um milionário.
Antes de publicar o meu livro Manual do Empreendedor, eu entrevistei mais de quarenta empreendedores da Região Metropolitana de Curitiba, entre eles, Oriovisto Guimarães, presidente do Grupo Positivo, Raul Candeloro, fundador da Editora Quantum – Revista Venda Mais e Ronaldo Duschenes, presidente da Flexiv Escritórios de Sucesso. Qual é o caminho? – eu perguntava ao final de cada entrevista. A resposta era sempre a mesma: não existe caminho, eu fui fazendo o caminho à minha maneira.
Existem muitos caminhos, entretanto, qual é o melhor, o menos sofrido, o mais rápido? A maioria das pessoas morre na dúvida, com medo de voltar atrás, antes mesmo de partir, portanto, agora, mais do que nunca, você vai construir o próprio caminho. O amanhã é muito incerto para os planos.
Tem uma ideia? Coloque em prática, estude, compartilhe com pessoas da sua confiança, encontre um sócio, alguém que acredite, teste até encontrar a perfeição, mas lembre-se, feito é melhor que perfeito, portanto, não dá para transferir essa responsabilidade.
Eu trabalhei em nove empresas diferentes, dos catorze aos cinquenta anos, até descobrir que o melhor caminho era abrir a minha própria empresa. Enquanto isto não acontecia, eu continuei caminhando, fazendo cursos, experimentando, batendo cabeça, lendo livros, muitos livros, olhando sempre para frente.
Todas se mostraram um terreno fértil para o aprendizado. Não reclamo de nada e lembro-me de todas as pessoas com carinho, inclusive de chefes tirano que hoje servem de inspiração para meus artigos e livros. Olho para trás com orgulho por ter realizado o melhor que eu podia, dentro das minhas limitações e das limitações que me foram impostas.
Há muito tempo eu deixei de me impressionar com fórmulas prontas que tentam ensinar o caminho que as pessoas devem ou não devem tomar para se tornarem ricas, magras e felizes. O que eu aprendi é que para cada escolha existe uma consequência, ou um preço a ser pago, então, para tornar o caminho mais agradável, eu tratei de aperfeiçoar minhas escolhas.
Pense nisso e empreenda mais e melhor!
Jerônimo Mendes é administrador, coach, escritor e palestrante.