PSB diminuido

O presidente do diretório nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, veio ao Rio Grande do Norte para conversar com suas principais lideranças.

O objetivo seria encontrar a solução para o impasse criado com a indicação do novo presidente do diretório regional, em substituição à vice-prefeita Wilma de Faria.

Para surpresa de todos, Siqueira chegou afirmando que o deputado federal Rafael Mota, recém filiado à legenda, “só não será presidente do PSB no Estado se não quiser”.

Em outras palavras, o presidente do diretório regional empurrou o nome de Mota “goela abaixo”, sem demonstrar preocupação com o que pensam as lideranças já filiadas ao partido. Não se faz omeletes sem quebrar ovos, desculpou-se.

Impassível, o dirigente nacional ouviu os protestos dos pessebistas mais antigos, sobretudo da ex-governadora Wilma de Faria, que continua no cargo de presidente do diretório até que seu substituto seja oficializado, o que deverá acontecer na próxima terça-feira.

A ex-deputada federal Sandra Rosado argumentou que Siqueira não estava sendo democrático. Considerou que a decisão que estava sendo imposta fugia à tradição que sempre caracterizou o PSB.

Lembrou o ex-governador de Pernambuco. Eduardo Campos, falecido durante a campanha presidencial em desastre aéreo. Campos sabia ouvir a opinião dos correligionários para, depois, assumir a posição de consenso. Essa opinião foi reforçada pelo deputado estadual Tomba Farias, do mesmo partido.

As críticas também foram endossadas pelos vereadores da capital, Júlia Arruda, Júlio Protásio e Franklin Capistrano. Os três são candidatos à reeleição e precisam ficar atentos para não serem surpreendidos.

Protásio propôs a permanência de Wilma para que a transição pudesse acontecer sem traumas maiores. A sugestão não foi aceita pelo presidente nacional do partido. Os demais vão aguardar o desenlace do processo para que tomem suas definições.

O mais estranho em tudo isso é que, até o momento, o deputado Rafael Mota não procurou conversar com nenhuma das lideranças do PSB, parecendo não estar preocupado com o destino que poderão tomar no futuro próximo.

Inicialmente, Siqueira avisou que confirmaria a nomeação do novo diretório na próxima terça-feira. Depois de mais algumas conversas mantidas hoje pela manhã, em Natal, admitiu que poderá esperar mais alguns dias para essa definição.

O que se observa é que os filiados que discordarem da medida de força irão procurar novas alternativas partidárias. Tudo está na dependência da aprovação da “janela” prometida pelo senador Renan Calheiros para logo depois do carnaval.

A deputada Márcia informou que está recebendo convites de outros partidos, certamente sendo acompanhada pela mãe, Wilma de Faria. O deputado Tomba é outro que deverá assinar filiação em outra legenda, o mesmo acontecendo com as ex-deputadas Sandra e Larissa Rosado.