Pretenso museu comercial no estado – Wilson Bezerra

Ao tempo em que não existia a assombrosa CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, através da qual são apuradas as constantes corrupções de políticos, acreditamos mesmo a vida politica de modo geral era uma tranquilidade.

A suspeita que existia era apenas de inadimplência administrativa. O politico era escolhido para trabalhar em favor do povo e não o fazia, mas os recursos públicos ficavam imunes, se rouba, não sei, não vi, e toca pra frente como bem dizia o Duite, o homem do chocalho.

Décadas passadas dominou o Partido Republicano Federal, onde a cidade foi rebolada com entusiasmo na apreciação de nomes para a alta e baixa Corte Parlamentar.

O diretório politico do PRF, através de seu vice-presidente Coronel Manuel Cirilo dos Santos, apresentou nomes oficiais à chapa que comporia o congresso nacional, como insigne representante da região norte-rio-grandense, apoiado pelos mossoroenses conforme consta dos assentamentos escritos na edição de O Mossoroense, de janeiro de 1923, que se constituiu do desembargador Joaquim Ferreira Chaves, para Senador enquanto para deputados os pretensos doutores Juvenal Lamartine de Farias, Rafael Fernandes Gurjão, José Georgino Alves Avelino.

Nesse período de campanha política, só dessa movimentação partidária viveu a cidade. Organizou um suntuoso banquete cujo objetivo era homenagear forte comissão vinda de Natal com o propósito de colher dados econômicos para aparelhamento de um museu comercial no estado, anexo ao Ministério da Agricultura.

Lógico que esse evento contaria com a Associação Comercial de Mossoró que deu absoluto apoio à ideia e concorreu para a banquete no qual estiveram presentes como peça fundamental os doutores Dioclécio Dantas Duarte e Anfilóquio Câmara.

À mesa festiva do banquete, além dos convidados especiais marcaram presença os mossoroenses Coronel Cunha da Mota, como presidente da Associação Comercial de Mossoró, presidiu o evento, presente ao ato doutores Rafael Fernandes e Soares Junior, Sebastião Gurgel, João Ferreira da Silva, Raimundo Leão, Elizeu Viana, Eufrásio de Oliveira, Pe. Manuel Gadelha, Antônio Leite, Firmo do Monte, Henrique Lima, Targino Soares de Freitas.

Foi sem dúvida um momento de significativa importância para a cidade, no qual reuniu todos os segmentos sociais das diferentes profissões. A imprensa se fez presente por meio de Augusto da Escóssia e a intelectualidade por intermédio do escritor José Martins de Vasconcelos.