Presídio federal fez explodir índices de criminalidade no RN

Em seu blog diário, o jornalista Paulo Tarcísio analisa a correlação entre o presídio federal construído em Mossoro e sua relação com o aumento da violência na região.

Paulo afirma textualmente: “achei muito interessante a entrevista que a atual secretária de Defesa Social de Natal, delegada de polícia aposentada, Sheyla Freitas, secretária de Segurança Pública no último ano do governo Robinson, concedeu hoje na jornal da 87, a FM de Aquino Neto.

O primeiro ponto que me chamou a atenção, foi a firmeza com que demonstrou que os índices de criminalidade sofreram uma verdadeira explosão, aqui no Estado, a partir da inauguração do presídio federal em Mossoró.

Ora, estava na cara que isso ia acontecer, como de fato aconteceu pelas próprias características do presídio – Pra ele são mandados presos maceteadíssimos no crime, em especial no narcotráfico e seu entorno.

Por que estava na cara?

Por uma razão muito simples: pra onde esse povo vai, leva a cúpula da sua estrutura e, como é natural, essa estrutura, formada por bandidos de primeira linha, faz uma verdadeira ocupação da cidade onde está o presídio, e, de lá, amplia essa ocupação às demais áreas do Estado.

O que é de estranhar é que, até hoje, a classe política do Rio Grande do Norte, nada fez para proteger o Estado dessa ameaça concreta que passou a sofrer – dia após dia – por parte do crime organizado.

Está na cara que um Estado que acolhe um presídio federal tem todo direito a receber uma proteção especial.
Mas, para isso, é evidente, tem que gritar, tem que estrebuchar, tem que bater na mesa. Se não, fica como esteve até bem pouco tempo: à mercê dos bandidos e da incontrolável explosão dos índices de criminalidade.

Ainda bem que, mais recentemente, quando dessa última transferência de presos perigosos para cá, por iniciativa do próprio Ministério da Justiça, um contingente de cerca de 400 integrantes da Força Nacional veio reforçar, temporariamente, a segurança em Mossoró.

Mas, veio assim, de mão beijada, sem ninguém pedir, mas de forma apenas temporária.

Acontece, que sem uma mobilização dos grupos sociais, com o respaldo da classe política, não tenha dúvida, esse reforço em pouco tempo irá embora e deixará conosco só os bandidos e suas consequências.

Abordarei, em futuras notas, outros aspectos da entrevista que considero merecedores de ampla atenção das autoridades atuais.”