Presidente da Ubam afirma que prefeituras deixarão de pagar salários

Visivelmente revoltado com a situação da crise enfrentada pelas prefeituras, o presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, em discurso de abertura do 6º Seminário da Zona Franca do Semi-Árido, ocorrido no município de Campina Grande, dispensou o data-show que usaria para expor o Projeto e mostrou toda sua indignação com o que chamou de “a maior crise moral dos últimos tempos” que, segundo ele, foi gerada por uma maioria da classe política brasileira que nunca foi digna de receber sequer um voto da população.

Leonardo destacou a insegurança administrativa e o caos financeiro e social que ameaçam diretamente a governabilidade, que obrigará prefeitos a entregarem as chaves das prefeituras, e muitos renunciarem, porque, até o mês de julho, não conseguirão mais sequer pagar o funcionalismo público e nem repassarem o duodécimo das câmaras municipais, considerando que em março de 2016, mais de 100 municípios não receberam nenhum repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

“Eu defendo a decretação do estado de emergência nas prefeituras, pois a saúde, a segurança pública e o bem estar da população estão sob forte ameaça. Os recursos do governo da União não serão mais suficientes para resolver o problema de caixa que foi gerado por essa crise interminável”, disse o presidente.

Para o presidente da Ubam o Brasil vive o pior momento econômico da sua história.

“Infelizmente estamos vivendo o pior momento econômico do Brasil, assistindo, todos os dias, o agravamento de uma crise gerada pela falta de vergonha e de moral, própria de homens que não honram as calças que vestem e que só pensam neles. São estes lunáticos que fazem da política um balcão de negócios e trocam a própria honra pelo enriquecimento ilícito e atuam na vida pública de forma pejorativa, como se o estado fosse deles”.

Para o presidente da Ubam, há um apodrecimento moral nas hostes político-partidárias do Brasil, envolvendo direta e indiretamente o executivo, o legislativo e o judiciário, não restando nenhuma solução senão o chamado a uma eleição geral e a troca generalizada de comando.

 

Leonardo confirmou presença no Congresso Pernambucano de Municípios, promovido pela Associação dos Municípios de Pernambuco (Amupe), que tem como presidente o prefeito José Patriota, do município de Afogados da Ingazeira.