Prepare o coração! Baixas temperaturas causam um aumento de 30% no número de infartos, saiba como se preparar

Sim, de fato, há um aumento de 30% no número de infartos nos dias mais frios. O motivo? O frio contrai os vasos sanguíneos e pacientes que apresentam placas de gordura no interior das artérias coronárias, por exemplo, correm mais risco de sofrer com esse problema. Mas existem algumas formas de evitar isso e atitudes que podem ser tomadas durante o ano todo antes de colocarmos os casacos.

O médico cardiologista Kleisson Pontes explica no release abaixo como ajudar seu coração durante o outono e o inverno, mas se você quiser se aprofundar ainda mais, ele e outros especialistas estão disponíveis para entrevistas sobre o assunto!

Conheça algumas medidas fáceis de serem praticadas e chegue aos dias frios com a saúde cardiovascular protegida

São Paulo, março de 2019 – A saúde cardiovascular pode ficar comprometida durante os meses do outono e inverno, já que pesquisas indicam que há um aumento de até 30% nos casos de morte por infarto do miocárdio durante temperaturas baixas. Porém é possível se preparar para os efeitos da exposição ao frio e das variações de temperatura antes que o verão acabe.

Uma pesquisa divulgada pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo indicou que além da temperatura, os níveis de poluição e a quantidade de horas de exposição ao sol também afetam a saúde cardiovascular. Embora controlar esses fatores seja difícil, ainda é possível se prevenir de problemas cardíacos por meio dos hábitos de vida.

“Pacientes que apresentam placas de gordura no interior das artérias coronárias correm mais risco de ter um infarto do miocárdio durante o inverno, porque em baixas temperaturas os vasos sanguíneos se contraem, o que pode gerar a ruptura dessas placas de gordura. Quando isso acontece, alguns componentes do sangue tentam agir para reverter o quadro, aumentando a chance de formar coágulos, o que pode causar o entupimento dessas artérias”, explica o especialista Dr. Kleisson Antônio Pontes Maia, Membro Titulado da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Mestre em Ciências da Saúde – FCMMG. “Por isso a melhor coisa a se fazer para se preparar para esse período é cuidar dos hábitos de vida o ano todo e evitar as placas de gordura”.

Para se preparar para esse período, veja algumas dicas simples que podem ser adotadas desde agora – e mantidas! – para evitar problemas nos próximos meses.

Alimentação

Se esforce para manter a alimentação regrada durante a semana e tente restringir o consumo de alimentos calóricos aos finais de semana. Embora seja desaconselhável consumir alimentos ricos em gordura, açúcar e industrializados, restringir essa frequência ajuda a ter um controle maior sobre a dieta, principalmente para aqueles que estão tentando mudar o hábito.

Faça trocas inteligentes, prefira os integrais aos refinados. Ao decidir consumir carboidratos como arroz e massas, dê preferência às versões integrais ou a base de sementes. Além de darem maior saciedade, esses alimentos auxiliam na redução e controle dos açúcares no sangue, contribuindo para a manutenção da saúde.

Diminua a quantidade de carne vermelha. Estudos indicam que o consumo excessivo desses alimentos pode prejudicar a saúde cardiovascular porque se comparado a carnes brancas, têm um valor nutricional alto em gordura. O especialista alerta: “somado ao alto consumo de carnes, o método de preparo mais utilizados culturalmente pelos brasileiros costuma ser a fritura, o que contribui ainda mais para o aumento do colesterol”.

Atividade física

Consulte seu cardiologista antes de adotar uma atividade física. A prática de exercícios é fundamental para a preservação e recuperação da saúde cardiovascular, no entanto, é essencial consultar um cardiologista e realizar um check-up para juntos decidirem o melhor esporte, a frequência e a intensidade.

Pratique exercícios com regularidade. Para os atletas de fim de semana de plantão, uma má notícia: estudos indicam que a falta de frequência e regularidade na prática de atividades físicas pode comprometer o músculo cardíaco, aumentando os riscos. “Para um coração que não está habituado a intensidade do exercício e tampouco é monitorado, o risco é grande quando submetido a exercícios intensos, como o futebol de final de semana”, explica o especialista.

Essas pequenas medidas podem contribuir para a manutenção da saúde cardiovascular, porém não substituem o acompanhamento regular com um cardiologista, tampouco suas orientações.

O indicado é que homens e mulheres que não tenham histórico de problemas cardiovasculares na família iniciem um acompanhamento regular com o cardiologista a partir dos 50 anos de idade, realizando um check-up anual. Já aqueles que possuem histórico familiar ou pessoas que apresentam colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, tabagistas devem iniciar essa rotina a partir dos 40 anos.

Batidas que dizem muito

Pode parecer simples, mas a auscultação do coração – quando o médico utiliza o estetoscópio para ouvir as batidas do órgão – é um exame muito importante. Ele dá os primeiros indícios de que algo não está bem e serve como motivação para novos exames.

Uma das doenças cardiovasculares de que se pode desconfiar é a fibrilação atrial, que ocorre quando os átrios do coração batem de forma acelerada e irregular, dificultando o bombeamento de sangue. Se não identificada ou tratada, a fibrilação atrial pode aumentar o risco de formação de coágulos, que podem ir para a circulação e causar um acidente vascular cerebral (AVC) entre outras complicações.