Política “Não haverá mudança no PSDB do RN”, diz Marconi
Marconi Perillo esteve prestigiando a solenidade de abertura do ano legislativo e posse do reeleito presidente da Casa para o biênio 2025/2027, na manhã da terça-feira (4), e destacou que “isso é uma coisa, a outra coisa é a capacidade de entendimento e de convergência e de complementariedade, que certamente terão o senador Styvenson Valentim e o deputado Ezequiel Ferreira”.
“Ezequiel Ferreira teve o meu apoio, sempre tem, e eu estou aqui exatamente porque confio na liderança dele no Estado inteiro e acho que, repito, os dois podem juntos fazer o PSDB muito forte”, declarou Perilo.
A respeito do fato de o deputado estadual Ezequiel Ferreira apoiar o governo Fátima Bezerra (PT) e o PSDB receber em seus quadros um senador que faz oposição ao governo do Estado, Perillo argumentou que “o presidente de honra do partido, é presidente de um Poder, e segundo a separação dos Poderes, como está estabelecido na Constituição, os Poderes são independentes e autônomos, a presidência do deputado Ezequiel Ferreira é autônoma e independente, e na politica, ocasionalmente alguns apoiam uma ou outra vertente política”.
Com relação ao futuro do PSDB diante dessas divergências de posições internas, Perillo ressalvou que “isso tudo depende dos acontecimentos e dos fatos novos da política, estou seguro de que pela maturidade de ambos. Ezequiel já está no sexto mandato como presidente da Assembleia, um dos líderes mais maduros e uma força política aqui no Estado, E o senador Styvenson Valentim firmando a liderança dele, com as emendas, fiscalizando as emendas, firmando-se no Estado como grande líder também, que na minha opinião podem, perfeitamente, se complementarem”.
Mas, continuou Perillo, “quem não vai definir isso não sou eu, tenho certeza que pela maturidade de ambos, eles vão saber dialogar e estabelecer as balizas para que possam, daqui pra frente, realizarem um trabalho conjunto dentro do partido, acho que se os dois estiverem juntos, o PSDB vai ficar ‘fortíssimo” no Rio Grande do Norte”.
Liderança
Marconi Perillo reforçou a importância do PSDB ter saído de um senador para uma bancada de três parlamentares no Senado Federal: “A situação do PSDB no Senado era muito constrangedora, principalmente para um partido que chegou a ter 19 senadores ou mesmo 13 em sua época como parlamentar e agora chegar a um senador “é algo desmoralizante, reduz o partido a algo que ele não merece”.
Perillo lembrou que em 35 anos de história, o PSDB chegou, contando com as capitais, a ter “protagonismo forte” em 20 dos 27 estados do país, tendo governado 18 estados ao longo desse tempo: “Fizemos as maiores transformações do Brasil desde Juscelino Kubitschek, temos um legado incrível no Brasil, não só pelo Plano Real ou pelo telefone na mão de todo brasileiro, mas por todas outras mudanças e reformas que fizemos, então ficar apenas com um senador no Senado era muito ruim”, afirmou.
Por essa razão, Perillo explicou que o PSDB não tinha direito a espaço na mesa do Senado e nas comissões, não tem direito sequer a gabinete de liderança e pra ter direito a gabinete é preciso ter três senadores”.
Providencial
Perillo explicou que nesse aspecto “foi muito providencial” que o senador Plínio Varélio (PSDB-AM) com os senadores Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) “pra que viabilizassem novamente a representação do PSDB na liderança partidária no Senado”.
O presidente nacional do PSDB também informou que nos últimos três meses vem discutindo com outros partidos, como Podemos e PSD, sobre a possibilidade fusão, incorporação e ampliação da Federação PSDB/Cidadania.
“A nossa bancada de senadores não existia, agora existe, são três senadores e a nossa bancada de deputados federais, somos 13 que incluindo a Federação com a Cidadania chegamos a 18. Isso com a cláusula de barreira é insuficiente para a gente chegar em 2026 com condições de ampliar esse número de deputados”, explicou.
Segundo Perillo, na medida em que “se tem poucos deputados, você tem menos fundo partidário, menos fundo eleitoral e menos tempo de televisão. Isso tudo incomoda aos governadores, dois deles, Mato Grosso e Pernambuco serão candidatos à reeleição, o governador do Rio Grande do Sul já reeleito pode ser candidato a presidente. Então, essas questões todas nos levam a conversar com outros partidos.”
Marconi Perillo informou que a Federação PSDB/Cidadania vai até maio do ano que vem, mas “o partido que levar essa fusão vai ter a terceira maior bancada na Câmara. Então essas discussões vão continuar agora em fevereiro, em março. Eu tenho muitas agendas nesse mês com os governadores, com ex-governadores, com a direção do partido, com as bancadas no Senado e na Câmara, para que a gente possa chegar a um denominador comum. E eu estou ouvindo também os dirigentes do partido no país inteiro”.
Em princípio, avisou Perillo, estabeleceu-se um cronograma – “exaurindo as discussões internas e externas, agora no mês de fevereiro, vamos anunciar uma posição nossa, seja ela continuar como partido, seja ela fusão, incorporação, ampliação de federação”.
Tribuna do Norte