Polícia irá investigar denúncias feitas por detento da Penitenciária de Alcaçuz a radialista

Após denúncia feita por um preso da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, identificado como Fernando Antônio de Oliveira (conhecido pelo nome de “Pai Bola”) de que a facção criminosa “Sindicato do RN” planeja incendiar postos de combustíveis e ônibus em Natal, e matar autoridades, o diretor da Penitenciária, Ivo Freire, afirma que será aberta investigação juntamente com a polícia. O diretor explica que irá procurar a Delegacia de Polícia de Nísia Floresta, onde fica o presídio.

O detento fez as denúncias ao radialista Damião Oliveira, da cidade de Jucurutu, através de ligação telefônica, na segunda-feira, 11 de abril, o que levanta questionamentos sobre a segurança na unidade prisional. Ele afirma que que foi transferido do pavilhão II da Penitenciária porque foi ameaçado e que ainda que está na lista dos que devem ser assassinados pela facção.

Na lista de pessoas marcadas para morrer estão ainda o juiz Henrique Baltazar, a ex-diretora da Penitenciária de Alcaçuz, Dinorá Dimas, e o atual diretor de Alcaçuz, Ivo Freire, que foi baleado quando saía de casa no sábado passado, 09 de abril.

“Realmente, o preso foi transferido para uma área isolada, onde os outros não têm acesso. Ele está bastante assustado e teve acesso ao telefone para fazer a denúncia ao rádio. Na ligação, ele revela informações sobre mortes no interior do presídio, que serão investigadas”, afirma Ivo Freire.

IVO FREIRE ACREDITA QUE ATENTADO QUE SOFREU NA SEMANA FOI UMA TENTATIVA DE ASSALTO

Questionado se o tiro que sofreu no sábado passado quando saia de casa com a esposa poderia ter relação com o fato de, segundo denunciou Pai Bola, o diretor de Alcaçuz estar na lista de pessoas marcadas para morrer, Ivo Freire afirma que a polícia trabalha com duas hipóteses para o caso: a tentativa de homicídio ou tentativa de assalto. No entanto, ele afirma que a segunda opção é a que mais se enquadra nas características da ocorrência.

“Em relação a mim, Dinorá e doutor Henrique são casos que a gente tem que analisar porque, no meu caso a investigação está condizente com a questão de assalto, mas com essa questão do que acontece lá dentro, com relação ao Sindicato do RN, de quem manda matar quem, são informações novas que se tem que investigar”, afirma.

Já em relação à denúncia do preso de que a facção iria incendiar postos de combustíveis e ônibus em Natal, o diretor de Alcaçuz declara que é preciso investigar a veracidade da informações, pois não haveria motivos para ações do tipo, geralmente feitas em retaliação a maus tratos dentro das unidades prisionais, o que, declara Ivro Freire, não ocorre na Penitenciária Estadual de Alcaçuz.