POÇO SEM FUNDO

Arthur Virgílio Neto, manauense, foi prefeito de Manaus, deputado federal e senador da República, estando novamente no cargo de prefeito da capital amazonense. Quando candidato a prefeito, pela primeira vez, realizou pesquisa para saber quais as principais reivindicações dos eleitores. Saúde, saúde e saúde, foi a resposta sempre repetida.

Ouvi do próprio Arthur Virgílio que, vitorioso, passou a investir o máximo possível em ações da saúde. Queria a confiança nele depositada pelo eleitor. Concluído o mandato realizou outro levantamento para aferir sua gestão. Para surpresa, a pior avaliação dizia respeito à área da saúde.

Há quem admita que saúde pública é um poço sem fundo. Sempre faltará recursos em alguns dos seus segmentos. Em termos estaduais, no Rio Grande do Norte, a situação é de calamidade pública. Além do não cumprimento do piso constitucional de investimentos, a dívida com fornecedores é superior a R$ 147 milhões e, no próximo ano, deverá receber R$ 400 milhões a menos, em relação a 2018.

No Rio Grande do Norte, quando candidato ao governo, Robinson Faria prometeu ser o governador da segurança e da saúde. Para mostrar seu interesse, prometia instalar um birô no Hospital Walfredo Gurgel, onde daria expediente diário. Não conseguiu cumprir o que planejara, pois, os recursos financeiros não foram suficientes para tanto.
O futuro secretário de saúde, Cipriano Maia, avisa que será necessário um plano emergencial para evitar o colapso da saúde pública estadual. A situação de calamidade pública foi decretada por três vezes no governo Robinson, sendo possível que a futura governadora, Fátima Bezerra, inicie sua administração prorrogando essa situação por mais alguns meses.

De resto, poderá responsabilizar as administrações anteriores pelo caos instalado no setor.
Pode também lembrar do exemplo de Arthur Virgílio, político e diplomata brasileiro: “a saúde é um poço sem fundo”.