Pesquisa: Brasil é um dos países menos preocupados com desigualdade social

O Brasil é um dos países menos preocupados com a pobreza e a desigualdade social, mostra a edição mais recente da pesquisa What Worries the World (O que preocupa o mundo), realizada pela Ipsos em 25 países entre 23 de setembro e 7 de outubro deste ano. De acordo com o levantamento, 21% dos entrevistados no Brasil citaram as duas questões como sua maior preocupação, o que coloca o país em penúltimo lugar nesse quesito entre as 25 nações pesquisadas, somente à frente dos Estados Unidos (19%).

Os países mais aflitos com os dois temas são a Hungria (51%), seguida pela Alemanha e Rússia, ambas com 47%. Globalmente, pobreza e desigualdade preocupam um terço dos entrevistados, o que faz delas a terceira maior apreensão dos entrevistados. As duas principais causas de temor no mundo são desemprego (39%) e corrupção (32%).

No tema manutenção de programas sociais, o Brasil também destoa da média global e é um dos últimos do ranking. Apenas 3% dos entrevistados citaram o tema como uma preocupação, ante 10% da média global. Em países como o Japão, o mais preocupado com o tema, 36% dos entrevistados mencionaram a manutenção de auxílios governamentais como uma prioridade.

“No Brasil, o conceito de programa social tomou um viés negativo ao longo dos últimos anos, por conta da falta de resultados tangíveis, ao menos segundo a percepção da opinião pública. Além disso, a atual crise econômica faz com que as preocupações dos brasileiros sejam outras, especialmente aquelas que resolvam os problemas individuais e não o coletivo”, afirma o diretor na Ipsos Public Affairs, Danilo Cersosimo.

Demais temas que preocupam pouco os brasileiros são declínio moral (7%), alta do extremismo (3%), terrorismo (2%), imigração (1%), ameaças contra o meio ambiente (4%) e mudança climática (2%).
O levantamento What Worries the World é realizado mensalmente em 25 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia. O estudo ouviu 18.064 pessoas por meio de pesquisa online e é representativo da população conectada. No Brasil, estão representadas as classes A, B e C. A margem de erro é de 3.1 pontos percentuais.

Os principais problemas para os brasileiros

Em outubro, o temor mais citado pelos brasileiros foi a corrupção política e financeira, mencionada por 48% dos pesquisados. A preocupação com o tema subiu três pontos percentuais ante setembro e saltou para o topo da lista de inquietações. Na sequência, saúde (48%) e violência (45%) completam o ranking das maiores preocupações dos entrevistados no Brasil.

No comparado com o ranking global, o Brasil é o terceiro país mais aflito com a saúde pública, atrás apenas de Hungria (63%) e Polônia (51%). O resultado do país também destoa da média global: apenas um quinto (22%) mencionam saúde pública como sua maior inquietação.

A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 87 países e é a maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo.
O estudo completo (em inglês) realizado pela Ipsos pode ser acessado neste link.