Pesquisa: 55% dos potiguares comem menos peixe que o recomendado

Uma pesquisa inédita realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN) em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mostrou que mais da metade dos natalenses e dos mossoroenses consomem menos peixes do que deveriam.

O levantamento revelou que 55% dos consumidores entrevistados comem pescado menos do que uma vez por semana, consumo abaixo do recomendado pela Associação norte-americana do Coração (heart.org), de ao menos duas porções de pescado semanalmente.

A pesquisa faz parte do Projeto Voador, que é desenvolvido pelo Sebrae em Caiçara do Norte, e visa identificar como agregar valor a esse pescado, descobrindo os hábitos dos consumidores potiguares em relação ao consumo de peixe. O estudo está sendo divulgado como parte da programação da Semana do Peixe, que é comemorada nacionalmente no período entre 1º a 15 de setembro.

“Essas informações são importantes para determinar como agregar valor ao peixe voador, que é pescado em Caiçara do Norte. A nossa ideia incentivar o beneficiamento desse pescado e comercializá-lo sob a forma de hambúrguer e nuggets. Mas, para isso, precisávamos saber como o consumidor potiguar aprecia o peixe para verificarmos a aceitação desses produtos”, explica o gestor do Projeto Voador, Marcelo Medeiros.

O levantamento foi conduzido pelos professores Rodrigo Carvalho, que coordena o projeto Voador, Cláudia Macêdo, da Unidade de Ciências Agrárias da Escola Agrícola de Jundiaí, e a. Karla Suzanne, que é do Departamento de Nutrição da UFRN. Os dados são parte da monografia do aluno Wanderson Soares da Silva.

Maior parte do pescado consumido pelos potiguares é comprado congelado

O estudo mostra que a maior parte do pescado consumido pelos potiguares é comprada em supermercados e na forma congelada e entre os grupos de pescados mais consumidos pelo potiguar se destacam os peixes de água doce, como a tilápia, e os crustáceos, principalmente o camarão e o caranguejo muito apreciados no estado, e os peixes costeiros como a cioba e o sirigado seguidos pelos peixes de alto mar como o dourado, meca e o atum, todos opções saudáveis.

“O grupo dos peixes marinhos pequenos, como as sardinhas, estão em quinto lugar apesar de apresentarem um teor mais alto do ácido graxo ômega 3, que faz bem para o coração, em comparação aos demais peixes, além de serem mais baratos”, reforça Rodrigo Carvalho, que também coordena o Laboratório de Tecnologia do Pescado da UFRN.

Ainda segundo a pesquisa, o consumidor potiguar costumar consumir o pescado principalmente frito, cozido, assado e grelhado, mas quando perguntados sobre como gostariam de consumi-los a opção grelhado ficou em primeiro lugar, o que indica a busca de uma alimentação mais saudável.

Já quando perguntados sobre quais aspectos influenciam a sua decisão de compra, os consumidores apontaram a higiene, conservação, benefícios para a saúde e preço como mais importantes.

Projeto Voador

O projeto Voador, que está sendo desenvolvido pelo Sebrae e pela UFRN, em parceria com prefeituras da região de Caiçara do Norte, pretende mudar estimular o resgate da pesca do peixe-voador e da ova com sustentabilidade. A ideia é melhorar o aproveitamento do peixe e outras espécies capturadas em alto mar.

O objetivo é compreender as demandas de consumo e, atacar a organização da produção, verificando desde a viabilidade de produtos processados até a implantação de uma unidade de beneficiamento.

Todo o projeto está sendo estruturado com os pescadores, que participam de seminários promovidos pelos idealizadores. O projeto envolve a identificação da produção, a definição de potenciais mercados, elaboração de produtos derivados e sua viabilidade. O projeto está sendo desenvolvido em Caiçara do Norte, cuja economia, assim como de São Bento do Norte, Jandaíra e Parazinho, está muito estrelada à atividade pesqueira, que vira uma das principais cadeias produtivas geradoras de emprego e renda.

A Semana do Peixe representa uma oportunidade para comprar pescado a preços mais acessíveis em todo o Brasil. É importante que os consumidores levem às mesas produtos saudáveis. Para isso, a recomendação é que comprem apenas peixes com boa aparência, musculatura firme, cor natural e odor característico de pescado fresco.

Os crustáceos devem apresentar coloração natural, casca e patas bem aderidas ao corpo e odor natural. Os moluscos bivalves devem ser bem cozidos e as ostras cruas de origem duvidosa não devem ser consumidas. O pescado deve estar conservado na forma resfriado, em gelo ou sob refrigeração, ou congelado e totalmente sólido.