Pacientes transplantados protestam na CMM por continuidade do transporte para tratamento
Pacientes transplantados, que estão com nome na fila por transplante ou passam por diversos tratamentos em Fortaleza estão na Câmara Municipal de Mossoró (CMM) desde o início da manhã desta terça-feira, 16. Com faixas de protesto, o grupo cobra a continuidade do transporte até a capital do Ceará pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), serviço que seria suspenso a partir de amanhã.
Além das dezenas de pacientes usando máscaras médicas, devido ao estado mais debilitado de saúde, outra imagem que chamou a atenção foi a ostensiva presença policial em frente à CMM. Especialmente por causa da passagem do prefeito pela Câmara, cinco viaturas fecharam a rua em frente à CMM.
“Não entendo porque todo esse aparato. Não somos bandidos e não estamos aqui para agredir ninguém. Só queremos continuar a fazer nosso tratamento e já que o município não dispõe da estrutura hospitalar necessária, que nos ajude no transporte. Não podemos nem mesmo tomar o remédio na hora errada, quem dirá deixar de ir às consultas e exames”, conta Josicleide Gadelha Nobre.
Após negociação com representantes dos pacientes, o prefeito, Francisco José Júnior, afirmou que a PMM continuará a levar os pacientes para Fortaleza até o final deste mês de fevereiro. Até lá, a gestão municipal se reunirá com representantes da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) para que o Governo do Estado se responsabilize pelo transporte dos mossoroenses.
“Nos foi ofertado transporte até o final deste mês, mas temos medo de que após esse prazo não tenhamos mais. Enfrentamos tratamento longo, caro e desgastante, não temos como pagar pelo transporte e não podemos mudar para Natal porque já fazemos todo o tratamento com as equipes médicas de Fortaleza, pois esse tipo de atendimento no Estado ainda é muito escasso”, disse o paciente Francisco Martiniano de Oliveira.
Em 12 de novembro do ano passado, a PMM assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público (RN) que, entre outros pontos, determinava que o município só poderia realizar o transporte de pacientes para Fortaleza até o dia 16 de fevereiro. Após esta data, o transporte seria realizado pela Sesap, responsável pelos tratamento de saúde de alta complexidade e custos. Porém, o prazo estipulado passou e os governos municipal e estadual não resolveram o problema.