Ordem para ataques que destruíram 9 ônibus e 2 caminhões no Rio partiram de Mossoró

A ordem que desencadeou ataques que resultaram na destruição de nove ônibus e dois caminhões, e num clima de terror em vários pontos do Rio de Janeiro, foi dada da cidade de Mossoró, RN.

A afirmação parte de secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, que atribui a ordem de criar tumultos na cidade nesta terça-feira, 2, ao penitenciário Carlos Henrique dos Santos Gravini, que cumpre pena na Penitenciária Federal em Mossoró.

Gravini teria ordenado os ataques que transformaram o Rio virou um campo de batalha. Numa ação integrada, bandidos incendiaram nove ônibus e dois caminhões e espalharam o pânico nos principais acessos à cidade, como a Avenida Brasil e a BR-040.

Seis colunas de fumaça se ergueram quase ao mesmo tempo na Zona Norte do Rio. A região é cortada pelas principais vias expressas que ligam o Rio à Baixada Fluminense e a capitais como São Paulo e Belo Horizonte. Entre elas, a BR-040 e a Avenida Brasil – margeada por favelas, é a mais movimentada da cidade.

Segundo a polícia, os ataques foram uma represália de traficantes, a uma operação da PM destinada a acabar com uma guerra entre facções rivais na Cidade Alta, em Cordovil, zona norte do Rio.

Um dos caminhões queimados foi saqueado. Duas pessoas morreram e 3 policiais ficaram feridos. Mais de 45 suspeitos foram presos e 32 fuzis apreendidos.

Nesta quarta, policiais do Batalhão de Operações Especiais ocuparam a comunidade da Cidade Alta. A ação do Bope é para evitar novos confrontos e prender criminosos. A polícia acredita que os incêndios foram desencadeados numa tentativa de desviar a atenção e permitir a fuga de traficantes.

Com os nove desta terça, 51 ônibus já foram queimados no Rio em 2017, um a cada dois dias e meio. Isso é mais do que em 2016 inteiro. O Sindicato das Empresas de Ônibus diz que, a cada incêndio, 70 mil passageiros ficam sem transporte.